Acessibilidade na 21ª edição do CINE PE

Pelo segundo ano consecutivo, o CINE PE, que acontece de 27 de junho a 3 de julho, contará com legendagem eletrônica para atender ao público com deficiência auditiva. Além disso, o primeiro dia do festival oferecerá o recurso da audiodescrição para cegos e pessoas de baixa visão.

O evento completa 21 anos assumindo a responsabilidade de promover a conscientização sobre o tema: embora o termo inclusão devesse ser a palavra de ordem da sociedade, a acessibilidade comunicacional ainda é frágil no Brasil. As produtoras de filmes nacionais, por exemplo, só passaram a se preocupar com as pessoas com deficiência depois que a Agência Nacional do Cinema (ANCINE) publicou sua Instrução Normativa nº 116, que exige que produções financiadas com recursos federais ofereçam legendagem descritiva, audiodescrição e Libras. Na prática, entretanto, esses recursos não costumam chegar às salas de cinema, com raras exceções de festivais voltados especificamente para este público.

Para se entender a necessidade de tornar a arte mais acessível, o Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicou que 18,6% da população brasileira possui algum problema para enxergar; são mais de 35 milhões de pessoas, entre as quais 506 mil são cegas e cerca de seis milhões têm baixa visão. No caso da deficiência auditiva, são cerca de 9,7 milhões de pessoas, que representam 5,1% da população do país; entre elas, 1,7 milhões têm grande dificuldade para ouvir e 344 mil são surdas.

As legendas para surdos e ensurdecidos permitem que mais pessoas com deficiência auditiva severa possam consumir as produções nacionais. Na falta deste recurso nos cinemas e mesmo nos DVDs, a maioria da população surda acaba optando pelos filmes estrangeiros, que sempre têm legendas disponíveis, mesmo que não sejam adaptadas às necessidades de quem não ouve. A audiodescrição é uma faixa narrativa adicional que descreve cenários e acontecimentos nos intervalos entre os diálogos. O recurso pode ser utilizado não apenas na televisão e no cinema, mas também para a dança, a ópera e as artes visuais.

Para aprofundar o debate sobre o tema, a programação do dia 28 de junho inclui o seminário “Painel: Acessibilidade: O que está sendo planejado e executado para garantir a universalização do consumo no audiovisual?”, com Rafael dos Santos, da ANCINE (RJ), Carla Mauch, da associação Mais Diferenças – Educação e Cultura Inclusivas (SP) e Marcelo Pedrosa, arquiteto e especialista em acessibilidade comunicacional (PE). A apresentação será às 14h30, no Hotel Transamérica, em Boa Viagem, e o acesso é gratuito e aberto ao público.

As exibições das mostras de curtas e longas metragens acontecerão no Cinema São Luiz, no Centro do Recife. Os ingressos para cada dia do festival custam R$ 5,00 (preço único), e o faturamento será revertido para a manutenção do próprio São Luiz.

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