Aconteceu na manhã deste domingo (2) a penúltima coletiva de imprensa do CINE PE, no Hotel Transamérica, em Boa Viagem. A conversa aberta ao público começou pouco depois das 10h e contou com a presença do diretor do curta Autofagia, Felipe Soares, e Priscilla Botelho, responsável pelo figurino e som direto; o ator Guilherme Rodio, de Sal, e Luna Grimberg, cineasta à frente de O Tronco. Um dos maiores destaques do bate-papo foi a atuação de Arlindo Ferreira, pai de Felipe Soares e um dos protagonistas de Autofagia. “Meu pai é analfabeto, mestre de obra. Ele veio para Recife, voltou para Bezerros, trabalha na área rural, então ele tem essa pele ressacada e eu procurei bastante [por um ator], quando eu olhei, percebi: ‘é ele'”, comentou Felipe. Sobre a proposta de atuação, Felipe comentou: “Num momento a gente sentou na mesa, na casinha no interior, pra falar com ele. Foi difícil porque ele foi criado ali, machista, preconceituoso”. “Lembrei agora que quando apresentei o roteiro, a esposa dele derrubou um prato na pia. Parou e ficou aquela tensão”, brincou. Apesar do enredo, que acompanha uma relação entre um homem do campo e uma travesti, Arlindo apoiou a ideia do filho: “Ele me olhou e disse que confiava em mim”, contou Felipe emocionado.
Após o debate com os responsáveis pelos curtas exibidos no sábado (1º), a idealizadora do festival Sandra Bertini mediou um bate-papo com o diretor de Toro, Edu Felistoque. Na conversa estiveram em pauta os bastidores de um set de filmagem e os percalços habituais de se lançar um filme.