Assumir o lugar de uma profissional como Graça Araújo não é fácil. Graça, que faleceu em setembro do ano passado, fez o cerimonial do Cine PE – Festival do Audiovisual por 22 anos. Não é à toa que frequentemente ela é apontada como “a voz do Cine PE”. No entanto, com a partida da jornalista, a atriz Nínive Caldas segurou o bastão com muita personalidade. Aplaudida em diversos momentos na noite desta sexta-feira (2), a intérprete roubou a cena em vários momentos. Na plateia ouviam-se muitos elogios à apresentação da atriz, com alusões a seus comentários interessantes e sua capacidade de improviso.

Totalmente confortável no palco do Cinema São Luiz, Nínive dividiu os holofotes com ótimos filmes. Dos curtas-metragens da noite, alguns foram largamente aplaudidos – como o cearense “Tommy Brilho”, de Sávio Fernandes, que acompanha o personagem-título, um aluno que enfrenta as dificuldades de ser invisível; a animação “Vivi Lobo e o Quarto Mágico”, de Isabelle Santos, que fala sobre nos aceitarmos como somos; e o documentário “3x Melhor”, de Andreolli Araújo, que convida o espectador a mergulhar na trajetória de Elaine Patrícia, uma jovem negra de 20 anos que precisa enfrentar o preconceito racial.

Outro momento de destaque foi a apresentação de Eliza Capai, que estreou no festival com seu terceiro longa-metragem, o documentário “Espero tua (re)volta”. “Eu tô com uma sensação crescente, agravada por esta semana, que é quase como se tudo o que eu acreditasse tivesse deixando de existir”, comentou Capai sobre o atual cenário político. O filme reflete, a partir do olhar de três jovens ex-secundaristas, a recente história brasileira por meio das lutas estudantis.

Este sábado (3) marca a última noite de exibições do Cine PE. Compõem a programação os curtas “Trip & Treasure” e “Pogrom”, e os longas “O Corpo é Nosso!” e “Teoria do Ímpeto”. A noite ainda conta com a homenagem à atriz Drica Moraes, que recebe o prêmio Calunga de Ouro em reconhecimento ao seu trabalho.

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