Na tarde desta quinta-feira (7), o Cine PE promoveu pela primeira vez a Mostra Paralela de Curtas-Metragens Nacionais – Sessão Matinê. As projeções acontecem no Cinema do Porto, no Bairro do Recife. Foram exibidos “A última vez que saímos do armário” (MG), de Bruno Tadeu; “Apocalypses Repentinos” (CE), de Pedrokas; “Bizarros Áudios”, de Diego Akel; “Contraplano” (BA), de Débora Bukanowsky; “Geração Cinemateca” (PR), de Miriam Karam, “Papel de Parede” (PE), de Duda Cavalcanti; e “Quem me quer?” (PE), de Tiago Pinheiro.

O curador Edu Fernandes contou como surgiu a ideia dessa Mostra Paralela, costurada pela temática do amor pelo cinema. “A gente recebeu mais de 750 filmes, e tinha muitos filmes que eram declarações de amor ao cinema, inclusive filmes pernambucanos. Como nós visivelmente amamos o cinema, queríamos abrigar todos eles, mas não caberia na Mostra Competitiva. Com a experiência do ano passado, de ter feito algumas exibições aqui e de ter feito uma mostra temática dentro da Mostra Competitiva só com filmes musicais, a gente achou que conseguiria abrir mais uma folhinha dessa janela para o cinema que o Cine PE se propõe a ser. Com isso em mente, nós separamos sete filmes que falam do cinema, que é o nosso combustível. Eu fico muito feliz que essa nossa invencionice deu certo, ver essa sala aqui com a maior parte dos assentos tomados, num feriado, com abertura do carnaval de Olinda pra concorrer com a gente, é uma vitória enorme”, declarou Edu.

Uma das personagens entrevistadas no documentário “Quem me Quer?”, Janete Marques, ex-bilheteira do cinema São Luiz, subiu ao palco com a equipe do curta. “Eu fui convidada para falar qualquer coisa da época que eu trabalhei. Eu trabalhei no cinema São Luiz e no Moderno. Era um trabalho simples, eu era bilheteira, não tinha muito o que dizer. Eu trabalhei muito jovem, isso já faz uns sessenta e poucos anos”, contou. Em resposta, outra entrevistada, a realizadora audiovisual Cynthia Falcão, afirmou: “Eu me emociono muito de ter Janete, não só no filme, mas nesse palco. Janete é uma pessoa muito importante pra mim e pra minha vida, fui eu que dei a dica pra Tiago [Pinheiro, diretor do curta] de entrevistá-la. Não é à toa que a gente vê uma pessoa que trabalhou no cinema, que trabalhou no São Luiz, e pra quem vê essa fala humilde dela, vocês não têm noção da importância dessa mulher. Ela está aqui de forma tão humilde, ‘eu era apenas uma bilheteira’, e era! Mas não é ‘apenas’. A importância é grande, a importância da memória é grande, e tê-la aqui pra mim é uma honra, ter contribuído com esse filme e com a história do cinema pernambucano.”

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