Na manhã deste sábado (8) aconteceu a segunda coletiva de imprensa do Cine PE 2024 no hotel Beach Class Convention, em Boa Viagem. Representantes dos filmes exibidos na noite de sexta (7) participaram de um debate aberto ao público e com a presença de profissionais da imprensa especializada, mediado pelo curador do festival, Edu Fernandes.
Como representantes da Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos, estavam presentes Joana Claude, diretora de “Descarrego”, e Victor Jiménez e Davide Casagrande, diretor e produtor de “Nova Aurora”. Também dividiram a mesa os diretores Victor Di Marco e Márcio Picoli, do curta gaúcho “Zagêro”; Hilda Lopes Pontes e Klaus Hastenreiter, de “Solange não veio hoje” (BA); e Dayane Teles, de “Dentro de mim” (AL), que concorrem na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais.
No segundo momento da coletiva, os diretores Thais Fernandes e Rafael Corrêa responderam perguntas sobre o primeiro longa-metragem da Mostra Competitiva, “Memórias de um esclerosado” (RS).
Fernandes destacou que a curadoria deste ano montou a programação com filmes que formam pares temáticos, como por exemplo “Solange não veio hoje” e “Dependências”, curta carioca dirigido por Luisa Arraes, também exibido na sexta (7). Ambos narram o que pode acontecer numa residência de classe média quando a empregada doméstica falta sem avisar. De forma semelhante, o curta “Zagêro” e o longa “Memórias de um esclerosado” partem do ponto de vista de pessoas com deficiência para contar suas histórias.
Um traço marcante desses dois filmes é o humor: ambos abordam temas difíceis sem deixar de lado o riso. Sobre sua forma de abordar as dificuldades ao longo do avanço de uma doença degenerativa, Rafael Corrêa declara que não se considera um “exemplo de superação”. “Tem muita coisa que eu perdi fisicamente, mas ao mesmo tempo eu ganhei uma potência muito maior. Eu amadureci com essa experiência, de um lado eu tenho essa fragilidade do corpo, mas me sinto muito mais potente como artista. E nessa questão do humor, eu sou palhaço mesmo, e meus quadrinhos são também, meus cartuns. Eu sempre usei o humor como expressão, e quando comecei a contar minha história, naturalmente o humor veio”, explicou.