CINE PE fecha ciclo de coletivas

CINE PE fecha ciclo de coletivas

A manhã desta segunda (3) foi de sabatina para os diretores Fernando Gutiérrez, de José, Aline Van der Linden, de Entre Andares, e Felipe Arrojo Poroger, de Aqueles Anos em Dezembro. Os cineastas participaram da última coletiva da 21ª edição do CINE PE. As conversas deste ano aconteceram no Hotel Transamérica, em Boa Viagem, no dia seguinte à exibição de cada filme. Sempre enriquecedores e estimulantes, os debates foram abertos ao público e contaram não apenas com a presença dos representantes dos filmes que seriam entrevistados, mas também com outros nomes que participaram das obras integrantes da grade do festival.

Chico Amorim em debate mediado por Sandra Bertini. Foto: Lana Pinho/Divulgação

Entre os filmes debatidos estava um dos mais elogiados curtas-metragens desta edição, o documentário Aqueles Anos em Dezembro. Segundo a tela inicial da projeção, Aqueles Anos foi um filme que, por fatalidade da vida “não pôde ser executado”. “Até minha vó ficar doente, eu tinha um roteiro de uma ficção em que meus avós atuariam. Depois, quando as coisas mudaram, eu não sabia muito bem aonde ia dar”, explicou Felipe, que partiu de uma ideia inicial na qual tentaria resgatar a história do seu núcleo familiar a partir de cenas narradas pelos seus avós.

Quem também participou da conversa foi o diretor e roteirista Chico Amorim, que, ao lado da atriz Fabiana Karla, estreou o documentário em longa-metragem O caso Dionísio Diaz. Perguntado sobre seu relacionamento com a trama, o cineasta explicou que conheceu a história por meio do marido da comediante, Bruno Muniz: “O marido dela é uruguaio, então ela conheceu o caso e me chamou para dirigirmos juntos”.

Hotel Transamérica sedia penúltima coletiva de imprensa do CINE PE

Hotel Transamérica sedia penúltima coletiva de imprensa do CINE PE

Aconteceu na manhã deste domingo (2) a penúltima coletiva de imprensa do CINE PE, no Hotel Transamérica, em Boa Viagem. A conversa aberta ao público começou pouco depois das 10h e contou com a presença do diretor do curta Autofagia, Felipe Soares, e Priscilla Botelho, responsável pelo figurino e som direto; o ator Guilherme Rodio, de Sal, e Luna Grimberg, cineasta à frente de O Tronco. Um dos maiores destaques do bate-papo foi a atuação de Arlindo Ferreira, pai de Felipe Soares e um dos protagonistas de Autofagia. “Meu pai é analfabeto, mestre de obra. Ele veio para Recife, voltou para Bezerros, trabalha na área rural, então ele tem essa pele ressacada e eu procurei bastante [por um ator], quando eu olhei, percebi: ‘é ele'”, comentou Felipe. Sobre a proposta de atuação, Felipe comentou: “Num momento a gente sentou na mesa, na casinha no interior, pra falar com ele. Foi difícil porque ele foi criado ali, machista, preconceituoso”. “Lembrei agora que quando apresentei o roteiro, a esposa dele derrubou um prato na pia. Parou e ficou aquela tensão”, brincou. Apesar do enredo, que acompanha uma relação entre um homem do campo e uma travesti, Arlindo apoiou a ideia do filho: “Ele me olhou e disse que confiava em mim”, contou Felipe emocionado.

Diretor e figurinista falam sobre “Autofagia”. Foto: Lana Pinho/Divulgação

Após o debate com os responsáveis pelos curtas exibidos no sábado (1º), a idealizadora do festival Sandra Bertini mediou um bate-papo com o diretor de Toro, Edu Felistoque. Na conversa estiveram em pauta os bastidores de um set de filmagem e os percalços habituais de se lançar um filme.

Para o roteirista Marcílio Moraes, autores têm pouca liberdade atualmente

Para o roteirista Marcílio Moraes, autores têm pouca liberdade atualmente

Durante coletiva no Hotel Transamérica, em Boa Viagem, na manhã deste sábado (1º), o roteirista Marcílio Moraes expôs a dificuldade que os roteiristas passam atualmente nas emissoras de TV: “Eu tenho um contrato ainda com a Record, mas é uma emissora muito religiosa, né? E eu não sou muito religioso. Enfim, os autores têm pouca liberdade hoje em dia”, desabafou. Marcílio, roteirista de clássicos da teledramaturgia brasileira como Roque Santeiro, Roda de Fogo e Mandala, está no Recife para o lançamento de seu primeiro filme, o thriller policial O Crime da Gávea. Exibido no CINE PE na noite da última sexta (30), o longa dirigido por André Warwar é inspirado no livro homônimo escrito pelo próprio Marcílio e lançado em 2003.

Sandra Bertini e Marcílio Moraes. Foto: Lana Pinho/Divulgação

No mesmo local, pouco antes da conversa com o roteirista, Sandra Bertini mediou um debate com os responsáveis pelos curtas exibidos no quarto dia de festival. Estavam presentes o Dr. Rildo Saraiva, que, aos 14 anos, foi protagonista do longa O Canto do Mar e agora, aos 80, é personagem do documentário O Menino do Canto do Mar, dirigido por Ulisses Andrade, também presente; o diretor de Peleja do Sertão, Fábio Miranda; e Day Rodrigues, diretora de Mulheres Negras: Projetos de Mundo.

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