Um dos festivais de cinema mais importantes do país, o Cine PE tem a acessibilidade do audiovisual como uma de suas principais bandeiras. Desde sua 21ª edição, em 2017, todos os filmes exibidos no festival apresentam legendas para surdos e ensurdecidos. Além disso, todo o cerimonial conta com interpretação simultânea para a Língua Brasileira de Sinais.

Este ano, o longa “Grande Sertão”, do diretor pernambucano Guel Arraes, será exibido na abertura do festival com recursos adicionais de acessibilidade para surdos e ensurdecidos, cegos e pessoas com baixa visão. Por meio do aplicativo MovieReading, disponível para Android e iOS, o público presente poderá optar por assistir ao filme com legendagem descritiva em português, tradução para Libras ou audiodescrição.

O funcionamento da plataforma é muito simples: depois de instalar o aplicativo em seu smartphone, o usuário busca o conteúdo desejado — neste caso, o filme “Grande Sertão” — e seleciona o recurso que pretende utilizar — que pode ser audiodescrição, legendas em português ou língua de sinais. Antes de iniciar o filme, o usuário carrega o conteúdo e aguarda a sincronização, realizada por meio de uma avançada tecnologia de reconhecimento de áudio. Não é necessário estar conectado à internet no momento da exibição, basta ter um celular e, no caso da audiodescrição, um fone de ouvido.

PCDs em destaque também na tela

No começo deste mês, a produção do Cine PE anunciou a programação completa da 28ª edição do festival. Dos 40 filmes anunciados, um curta e dois longas são protagonizados por pessoas com deficiência e abordam seus respectivos cotidianos.

No curta de animação “Nova Aurora” (PE), dirigido por Victor Jiménez, acompanhamos uma adolescente surda em fase de autoconhecimento. O documentário “Memórias de um Esclerosado” (RS), dirigido por Thais Fernandes e Rafael Corrêa, conta a história do próprio Rafael, um cartunista diagnosticado com esclerose múltipla em 2010. Por fim, o documentário “Invisível” (RJ), de Carolina Vilela e Rodrigo Hinrichsen, adentra o lar dos surdocegos Claudia Sofia e Carlos Jorge, casados há 15 anos. A história dessa relação é contada em cartas em Braille, lidas por Sofia. Os dois primeiros filmes serão exibidos no dia 7 de junho; já o segundo longa compõe a programação do dia 9.

“O Cine PE sempre teve o compromisso de tornar o cinema cada vez mais acessível para todos. Esse compromisso se manifesta desde a gratuidade dos ingressos até as iniciativas para a inclusão de pessoas com deficiência, por meio de recursos de acessibilidade como legendagem para surdos e ensurdecidos, tradução em Libras e audiodescrição. Mas, para que nossa sociedade se torne verdadeiramente inclusiva, também é necessário conhecer o dia a dia de pessoas com deficiência, ouvir suas histórias, repercutir suas vozes, e fico muito feliz de constatar que a seleção de filmes deste ano nos proporcionou essa oportunidade”, comentou Sandra Bertini, diretora do festival.

O 28º Cine PE acontece de 6 a 11 de junho no Teatro do Parque e as entradas são gratuitas.

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