Na manhã desta quinta-feira, feriado de 7 de setembro, o Salão Bezerros do Beach Class Convention, hotel-sede do Cine PE 2023, esteve praticamente lotado para a coletiva de imprensa com os realizadores dos filmes exibidos na noite da quarta (6). Participaram dessa rodada Luiza Pugliesi Villaça, diretora de “Cadim” (SP); Paola Veiga, diretora de “Instante” (DF); e Anderson Bardot, diretor de “Procuro teu auxílio para enterrar um homem” (ES), integrantes da Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais, além de Rafael Anaroli, diretor de “Quebra Panela” (PE), que participa da Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos.
Depois do debate com os representantes dos curtas foi a vez da equipe de “Agreste”, terceiro filme da Mostra Competitiva de Longas-Metragens. Estavam presentes os produtores executivos Gustavo Maximiliano e Viviane Rodrigues, o ator Roberto Rezende, a atriz Luci Pereira, o diretor Sergio Roizenblit, a atriz Badu Morais, o codiretor Ricardo Mordoch, o compositor Dante Ozzetti e o diretor de fotografia Humberto Bassanello.
Ao longo da manhã, foram abordadas as dificuldades encontradas por curta-metragistas para escoar seus filmes, seja por falta de experiência, seja por falta de canais de distribuição. “Como disse o [Luiz Carlos] Barreto, a gente faz uma obra de arte, quando a gente termina, ela vira um produto. Foi por isso que eu fiz um projeto chamado ‘Hoje eu não vou dar, hoje eu vou distribuir’, em que eu faço uma tutoria com realizadores capixabas sobre como eles podem potencializar [a distribuição]. Qual é a diferença do meu filme pros filmes de outras pessoas? É que eu distribuo meu filme. Tem muito filme incrível que não entra em festival. Mas não entra por quê? Porque não se inscreveu.”, pontuou o diretor e produtor Anderson Bardot.
As coletivas com os realizadores foram seguidas por uma conversa com Luiz Carlos e Lucy Barreto, destinatários da homenagem institucional do Cine PE à LC Barreto Produções Cinematográficas, que acaba de completar 60 anos. Novamente foram levantadas questões relacionadas ao mercado, ao financiamento, à distribuição e ao acesso da população aos filmes brasileiros.
“Na época do governo Geisel, tínhamos o ministro Reis Veloso, do Planejamento, que naquela ocasião criou a taxa Condecine, que era a Contribuição para o Desenvolvimento do Cinema Brasileiro. Não é um dinheiro público, é uma taxa que é paga pelos produtores, distribuidores, exibidores, telefônicas, televisão, enfim, é a área que paga. Esse dinheiro que alimenta a indústria cinematográfica vem da própria indústria. E esse dinheiro não pode ser contingenciado, e muitas vezes ele foi contingenciado no governo passado, o que é uma irregularidade. Então, ficou patente que é o governo que mama nas tetas do cinema brasileiro, e não o contrário”, declarou Lucy Barreto. Luiz Carlos complementou: “É preciso explicar que essa lei Paulo Gustavo está sendo feita com o dinheiro do cinema, não é dinheiro do orçamento da nação. É tirado do fundo setorial, da Condecine, que está acumulada. A sabedoria do Congresso foi votar essa lei para desbloquear os quase 3 bilhões que estavam nas prateleiras do fundo setorial, inativos”.
Mostra Paralela – Sessão Matinê
Na tarde de hoje (7), a partir das 14h, o Cine PE promove pela primeira vez a Mostra Paralela de Curtas-Metragens Nacionais – Sessão Matinê. As projeções acontecem no Cinema do Porto, no Bairro do Recife. Serão exibidos “A última vez que saímos do armário” (MG), de Bruno Tadeu; “Apocalypses Repentinos” (CE), de Pedrokas; “Bizarros Áudios”, de Diego Akel; “Contraplano” (BA), de Débora Bukanowsky; “Geração Cinemateca” (PR), de Miriam Karam, “Papel de Parede” (PE), de Duda Cavalcanti; e “Quem me quer?”, de Tiago Pinheiro.
Quarta noite de exibição
A partir das 19h, no cinema do Teatro do Parque, “Coração da Mata” (PE), de Camila Martins; “Alto do Céu” (PE), de Leo Tabosa; e “Filhos Ausentes” (PE), de Jansen Barros e Virgínia Guimarães, serão exibidos dentro da Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos. Na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais serão exibidos “Céu” (PB), de Valtyennya Pires; “Única Saída” (RJ), de Sérgio Malheiros; “Eu nunca contei a ninguém” (PE), de Douglas Duan; e “Fossilização” (RJ), de João Folharini. Por fim, o documentário “Ijó Dudu, Memórias da Dança Negra na Bahia” (BA), de José Carlos Arandiba, o Zebrinha, conhecido como jurado técnico da Dança dos Famosos da Rede Globo, estreia na Mostra Competitiva de Longas-Metragens.