Na manhã desta sexta-feira, 7 de junho, o hotel Beach Class Convention, em Boa Viagem, foi palco da primeira coletiva de imprensa do Cine PE 2024. O evento, que reuniu representantes de filmes e profissionais da imprensa, proporcionou uma rara oportunidade de diálogo com alguns dos nomes mais proeminentes do cinema brasileiro.
Entre os participantes estavam o diretor Guel Arraes, os atores Luís Miranda, Rodrigo Lombardi, Caio Blat e Eduardo Sterblitch, a diretora e produtora Flávia Lacerda e o produtor Manoel Rangel, representantes do grandioso “Grande Sertão”, que teve sua estreia na noite de quinta-feira (6), durante a abertura do festival.
O momento de debate trouxe à tona a preparação dos atores para transpor para as telas alguns dos personagens mais emblemáticos e complexos da literatura brasileira. Rodrigo Lombardi, intérprete de Joca Ramiro, contou sobre o processo de maquiagem e a construção do personagem.
“Eu fui o último a entrar para o elenco, não porque fui o último a ser chamado, mas porque estava em outro filme. Nós chegamos a fazer testes de maquiagem para ver o que funcionava melhor, colocamos cicatrizes nas minhas costas, pintamos meus braços de preto. O Guel só olhava e dizia ‘isso não’. E fazendo minhas leituras e algumas videoconferências, durante a pandemia, eu já tinha entendido como seria a expressão facial dele”, contou o ator, demonstrando sua facilidade em manter um dos olhos fechados, traço marcante do personagem.
A coletiva também contou com a presença da homenageada desta edição, a atriz, cantora e compositora Tânia Alves. Sua trajetória foi celebrada em um emocionante momento de reconhecimento e admiração. Filha de um recifense e uma carioca, Tânia tem em sua trajetória personagens nordestinas tão fortes e inesquecíveis que as pessoas tendem a esquecer que ela nasceu no Rio de Janeiro.
“Iniciei minha jornada no Grupo Chegança, um grupo de teatro nordestino que adaptava o cordel para musicais, sob a direção brilhante de Luiz Mendonça, um pernambucano que se tornou meu mestre. É emocionante para mim, pois devo a ele minha habilidade de atuar no palco”, relembrou.
“Naquela época, os diretores de cinema e televisão frequentavam o teatro e reconheciam minha capacidade de interpretar papéis nordestinos, uma habilidade que não aprendi com meu pai, mas sim com colegas nordestinos que estavam se estabelecendo no Rio de Janeiro”, completou a atriz.
Como acontece todos os anos, o encontro proporcionou insights valiosos sobre o cenário atual do cinema nacional, além de promover a troca de experiências e reflexões sobre o audiovisual.