“Muitos Homens num Só”, de Mini Kerti, é o grande vencedor do Cine PE 2014

A 18ª edição do Cine PE Festival do Audiovisual chegou ao fim na noite de ontem (sexta, 2 de maio) e teve como grande vencedor o longa Muitos Homens Num Só, primeira ficção da diretora carioca Mini Kerti. Produzido por Flavio Ramos Tambellini, o filme ganhou 9 Calungas do júri oficial, além do prêmio do júri popular, totalizando 10 troféus. (veja abaixo a lista completa dos prêmios).

Muitos Homens Num Só é baseado em fatos reais e inspirado em personagens de diversos livros de João do Rio, pseudônimo do escritor e jornalista Paulo Barreto (1881-1921). Em especial, o romance Memórias de um Rato de Hotel (1912), que retrata um personagem real do início do século XX: Artur Antunes Maciel (Vladimir Brichta), um ladrão inteligente, ousado, elegante. Gaúcho, de família rica, ele morava no Rio e hospedava-se com nomes falsos nos hotéis da cidade para roubar. No filme, Artur se apresenta como Dr. Antonio e vive um romance Eva (Alice Braga), desenhista casada com Jorge (Pedro Brício), um homem ganancioso e pouco atento aos interesses e desejos de sua mulher. Félix Pacheco (Caio Blat), diretor do recém-inaugurado Gabinete de Identificação, decide pôr um fim ao reinado do Rato de Hotel usando a novíssima técnica de identificação por impressões digitais.

Romance Policial, que ganhou três troféus, se passa no Deserto do Atacama e conta a história de Antonio (Daniel de Oliveira), 30 anos, funcionário público com vocação não assumida para escritor, que viaja ao deserto em busca de inspiração mas acaba se deparando com um homem assassinado e é o principal suspeito. O que ele vivencia transforma sua vida. O filme italiano Anni Felici, de Daniele Luchetti, também foi premiado com duas Calungas e uma menção honrosa. O filme conta a história de um artista narcisista que encontra o seu mundo de cabeça para baixo depois de uma exposição desastrosa e das novas inclinações extra conjugais de sua, até então, dedicada esposa.

O júri Abraccine optou por conceder prêmios a partir de dois recortes das mostras competitivas do 18º Cine PE: o de curtas-metragens, revelado na última terça; e o de longas, que inclui filmes exibidos na Mostra Doc e na Mostra de Ficção. Os jurados elegeram como melhor filme o documentário português E Agora? Lembra-me, de Joaquim Pinto. O diretor convive com o HIV há quase 20 anos e é o personagem de uma reflexão aberta e eclética sobre o tempo e a memória, as epidemias e a globalização, a sobrevivência para além do expectável, a dissensão e o amor absoluto. Num vai e vem entre o presente e o passado, o filme é também um tributo aos amigos que partiram e aos que permanecem. No palco, o presidente do júri da crítica, André Dib, leu como justificativa um texto escrito por João Carlos Sampaio esta semana, depois de assistir ao longa:  "Dores no corpo e na alma diante da angústia de ter os dias contados… e esse dolorido confrontado com um estranho ‘carpe diem’. Um jeito de lidar com o tempo que resta, que não se submete ao desespero pela alegria, ou ao arrebatamento da festa, mas por algo que é quase o oposto da euforia. Uma celebração quase religiosa do tempo, como se um dia inteiro coubesse numa tarde morna, acomodada em afetos demorados, intensos sentimentos e silêncios… Tô falando de E Agora? Lembra-me, filme do português Joaquim Pinto, exibido no 18º Cine PE. Coisa finíssima!"

Apresentada pelo casal de atores Deborah Secco e Bruno Torres, que também é cineasta, a cerimônia no Teatro Santa Isabel contou com a presença de diretores, produtores e atores dos filmes concorrentes. A noite foi marcada pelas homenagens aos 50 anos do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, com a exibição de um vídeo produzido pelo Canal Brasil; e a José Wilker, que faleceu no último dia 5 de abril. A láurea já estava programada desde o início do ano e a Calunga de Ouro foi entregue a Isabel Wilker e Claudia Montenegro, a filha e a companheira do ator, e outros familiares. O festival também homenageou o jornalista baiano João Carlos Sampaio, um dos maiores críticos de cinema do Brasil, que estava cobrindo o festival e faleceu esta manhã (2 de maio), aos 44 anos, vítima de um infarte fulminante.

O júri oficial do 18º Cine PE foi composto por Fabiano Canosa (diretor deral da Brazilian World Cinema, produtor carioca e locutor do Kinoscope); Marcos Petrucelli (jornalista e crítico de cinema paulista); Francisco Ramalho Junior (diretor, roteirista e produtor cinematográfico paulista); Marco Aurélio Marcondes (distribuidor e produtor carioca independente); e Marcos Santuário (jornalista, pesquisador e crítico de cinema gaúcho). A curadoria foi do jornalista carioca Rodrigo Fonseca.

OS VENCEDORES DO CINE PE 2014

Mostra Festival de Cinema de Ficção Internacional

Calungas (12 categorias)

Filme: Muitos Homens Num Só, de Mini Kerti

Direção: Mini Kerti (Muitos Homens Num Só)

Ator:  Vladimir Brichta (Muitos Homens Num Só)

Atriz: Alice Braga (Muitos Homens Num Só)

Ator Coadjuvante:  Alvaro Rudolphy (Romance Policial, de Jorge Durán) e Pedro Brício (Muitos Homens Num Só)

Atriz Coadjuvante: Roxana Campos (Romance Policial) e Pia Engleberth (Anni Felici)

Roteiro: Leandro Assis (Muitos Homens Num Só)

Fotografia: Luis Abramo (Romance Policial)

Direção de Arte: Kiti Duarte (Muitos Homens Num Só)

Trilha Sonora: Dado Villa-Lobos (Muitos Homens Num Só)

Edição de Som: Tomás Alem (Muitos Homens Num Só)

Montagem: Mirco Garrone (Anni Felici, de Daniele Luchetti)

Prêmio do Júri Popular: Muitos Homens Num Só, de Mini Kerti

Prêmio da Crítica – Júri da Abraccine: E Agora? Lembra-Me, de Joaquim Pinto (Portugal).  

Prêmios especiais do júri oficial:

Menção Honrosa: “Para o filme O Menino no Espelho, de Guilherme Fiúza Zenha (MG), por ampliar a proposta de uma produção brasileira que destaca fatos da história nacional para um público infantil”.

Menção Honrosa: “Para o elenco infantil dos filmes Anni Felici, de Daniele Luchetti (Itália), e O Menino no Espelho, de Guilherme Fiúza Zenha (MG), em especial para o ator mineiro Lino Facioli.”

Menção Honrosa: “Para o filme Mundo Deserto de Almas Negras, de Ruy Veridiano (SP), pela inventividade e ousadia ao construir um filme que utiliza o espírito ‘DJ’ na construção de sua narrativa.”

Sobre o Troféu Calunga – O Troféu Calunga é oferecido aos vencedores das mostras competitivas de curtas e longas-metragens. A “Calunga” representa a boneca carregada pela sacerdotisa dos cultos afro-brasileiros durante a apresentação do Maracatu. Ela faz parte das cerimônias religiosas, onde recebe o nome de uma princesa e representa uma divindade expressando um objeto de força e proteção. O Troféu Calunga é uma criação da artista plástica Juliana Notari. De acordo com o regulamento do Cine PE, são 12 categorias Calungas para a Mostra Festival de Cinema de Ficção Internacional: filme, direção, roteiro, fotografia, montagem, edição de som, trilha sonora, direção de arte, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, atriz e ator. No dia 29 de abril, foram anunciados os vencedores da Mostra Competitiva Curtas Nacionais, da Mostra Internacional de Documentários disputam a Calunga de filme e direção, assim como os curtas da Mostra Pernambuco. A lista completa das honrarias está disponível no site do festival: http://www.festivalcinepe.com.br/honrarias

Fotos da cerimônia de encerramento e de todos os filmes em competição estão disponíveis em https://www.flickr.com/photos/cine_pe/

LONGAS DA MOSTRA COMPETITIVA – LONGA-METRAGEM FICÇÃO INTERNACIONAL

ANNI FELICI (ITÁLIA) – Direção: Daniele Luchetti

O MENINO NO ESPELHO (BRASIL -MG) – Direção: Guilherme Fiuza Zenha

MUNDO DESERTO DE ALMAS NEGRAS (BRASIL – SP) – Direção: Ruy Veridiano

MUITOS HOMENS NUM SÓ (BRASIL -RJ) –Direção: Mini Kerti

ROMANCE POLICIAL (CHILE/BRASIL – RJ) – Direção: Jorge Durán

TODOS TENEMOS UN PLAN (ARGENTINA) – Direção: Ana Piterbarg

SINOPSES e FICHAS TÉCNICAS

O MENINO NO ESPELHO (MG) – FICÇÃO – 74’

Sinopse: Que criança nunca sonhou em ter um dia um duplo? Alguém que fizesse todas as coisas chatas" da vida em seu lugar como ir à escola mesmo sem vontade, ficar de castigo trancado em casa ou tomar dolorosas injeções no hospital. Mas, e se um dia isso tornar-se realidade? E se a sua imagem refletida no espelho, como em um passe de mágica, ganhasse vida própria? Essa história só poderia acontecer com Fernando, um garoto que vive todas as suas fantasias de forma intensa e com muita imaginação. Fernando sabe "voar" como os pássaros, vive "aventuras na selva", constrói aviões e enfrenta os valentões da sua escola. Com sua amiga Mariana e seu cachorro Capeto, comanda uma sociedade secreta e resolve grandes mistérios como o da "Casa Abandonada".Mas Fernando nunca está satisfeito e quer sempre ter mais tempo livre para suas aventuras. Ele deseja muito ter um duplo, alguém que o liberte definitivamente de tudo que lhe aborrece.De tanto desejar, seu reflexo no espelho torna- se real como em um passe de mágica. Odnanref, o duplo que vem do espelho, obedece cegamente aos desejos de Fernando, assumindo a sua identidade sempre que ele lhe ordena. Fernando passa a viver uma vida de sonhos, tudo o que sempre desejou.Mas algo acontece quando Cíntia, a prima mais velha de Fernando, chega na cidade. Agora, ele terá que recorrer a seus verdadeiros amigos para fazer Odnanref retornar ao mundo dos espelhos e assim retomar o controle de sua vida."

Direção: Guilherme Fiuza Zenha

Roteiro:Cristiano Abud, André Carreira e Guilherme Fiuza Zenha

Produção: André Carreira e Guilherme Fiuza Zenha

Fotografia: José Roberto Eliezer, ABC

Montagem: Alexandre Baxter e João Flores

Trilha Sonora: Vinicius Calvitti

Edição de Som: Simone Petrillo, José Moreau Louzeiro e Ney Fernandes

Direção de Arte: Oswaldo Lioi

Ator: Lino Faciolli, Mateus Solano, Ricardo Blat

Atriz: Giovanna Rispoli, Regiane Alves, Gisele Fróes, Laura Neiva

Ator Coadjuvante: Murilo Quirino, Ravi Hood

“MUITOS HOMENS NUM SÓ” (RJ) – FICÇÃO – 90’

Sinopse: Rio de Janeiro, início do séc. XX. Este é o palco do improvável caso de amor entre Dr. Antônio, um ladrão solitário que se hospeda nos melhores hotéis da cidade para furtar seus hóspedes. E Eva, uma linda mulher que abriu mão de seu talento como desenhista por um casamento infeliz. O encontro entre Eva e Dr. Antônio mostrará aos dois que nunca é tarde para mudar de vida.

Direção: Mini Kerti

Roteiro: Leandro Assis

Produção: Flávio Ramos Tambellini

Fotografia: Flávio Zangrandi

Montagem: Sérgio Mekler

Trilha Sonora: Dado Vilalobos

Edição de Som: Sérgio Mekler

Direção de Arte: Kiti Duarte

Figurino: Marina Franco

Ator: Vladmir Brichta

Atriz: Alice Braga

Ator Coadjuvante: Caio Blat e Pedro Brício

ROMANCE POLICIAL (RJ) – FICÇÃO – 98’

Sinopse: Antonio (Daniel de Oliveira), 30 anos, funcionário público com vocação não assumida para escritor, viaja ao Deserto de Atacama em busca de inspiração para redigir um conto. A paisagem árida e ao mesmo tempo deslumbrante lhe causa tremenda admiração. O conto muda de rumo quando Antonio, passeando pelo deserto, avista fugazmente uma pessoa fugindo. Por curiosidade vai até o lugar onde a avistou e encontra um homem assassinado. Ele é detido por Martinez (Alvaro Rudolphy), policial chileno, que o proíbe de deixar o país. Na vila, conhece Florencia (Daniela Ramirez) com a qual inicia uma relação de atração e desejo. O que ele vivencia transforma sua escrita na forma e no conteúdo. Observando os petróglifos gravados nas rochas, os esparsos vestígios do passado, as formas da natureza bela e inóspita, os vulcões imponentes, “tão calmos por fora, fervendo por dentro”, Antonio chega por fim a entender as motivações do crime. Uma dolorosa investigação pessoal na qual está envolvida a jovem chilena com quem se relaciona, sua amante e inspiradora do seu romance, e o policial chileno. A travessia vivida o torna um escritor consciente do poder da memória, da imaginação no processo de criação e da força da história.

Direção: Jorge Durán

Roteiro: Jorge Durán

Produção: Gabriel Durán, Gisela Camara, Adrian Solar e Pedro Rossi

Fotografia: Luis Abramo

Direção de Arte: Nicole Blanc

Edição de Som: Virgínia Flores

Montagem: Gabriel Durán e Pedro Durán

Trilha Sonora: Lucas Marcier e Fabiano Krieger

Figurino: Carolina Espina

Ator: Daniel de Oliveira e Alvaro Rudolphy

Atriz: Daniela Ramirez

Ator Coadjuvante: Victor Montero

Atriz Coadjuvante: Roxana Campos

MUNDO DESERTO DE ALMAS NEGRAS (SP) – FICÇÃO – 100’

Sinopse: Em uma São Paulo ficcional, onde o centro rico é negro e a periferia é branca, Oscar, um jovem advogado da elite negra aceita entregar celulares em um presídio para um membro da Fundação do Crime. Oscar é assaltado no trânsito, perde os celulares e se vê perseguido em uma trama complexa e numa fuga implacável, enquanto a Fundação do Crime ataca a cidade. Enquanto Oscar luta pela sua sobrevivência, a cidade de São Paulo se revela um Mundo Deserto.

Direção: Ruy Veridiano

Roteiro: Ruy Veridiano

Produção: Fernando Chiari, Renata Pagliuso e Ruy Veridiano

Fotografia: Alziro Barbosa

Montagem: Cadu Silveira

Trilha Sonora: DJ Zegon

Edição de Som: DJ Zegon

Direção de Arte: Pedro di Pietro

Animação: Efeitos Especiais: Átomo.

Ator: Sidney Santiago

Atriz: Naruna Costa

Ator Coadjuvante: Renaldo Taunay

Atriz Coadjuvante: Marília Moreira

TODOS TENEMOS UN PLAN (ARGENTINA) – FICÇÃO – 117’

Sinopse: conta a história de Agostinho, um homem desesperado para abandonar o que para ele, depois de anos de vida em Buenos Aires, tem se tornado uma existência frustrante. Após a morte de seu irmão gêmeo, Pedro, Agostinho propõe a iniciar uma nova vida, tomando a identidade de seu irmão e de retornar à região misteriosa do Delta, em Tigre, onde os dois viveram quando crianças. No entanto, pouco depois de seu retorno Agostinho inadvertidamente envolvido no mundo do crime perigoso que seu irmão era membro. O filme é ambientado na paisagem única do Delta, um labirinto de ilhas e rios, que antes atuavam como parques de lazer para a elite de Buenos Aires, e mansões onde o estilo Francês e Inglês ainda podem ser encontrados ao longo da canais, que relembram a opulência apreciado pelo lugar há muito tempo. Mas perto dos pântanos não estão mais cantos escuros e escondidos, onde aqueles que vivem à margem da lei impor regras de conduta e códigos não escritos de silêncio. É nestas marés perigosas, que sempre serviram como esconderijo para criminosos e marginais, onde Agostinho lutar pela sobrevivência, reinventando-se a deixar o passado para trás.

Direção: Ana Piterbarg

Roteiro: Ana Piterbarg

Produção: Gerardo Herrero, Mariela Besuievski, Vanessa Ragone e Viggo Mortensen.

Fotografia: Lucio Bonelli

Montagem: Irene Blecua e Alejandro Lázaro

Trilha Sonora: Lucio Godoy e Federico Jusid

Edição de Som: Juan Ferro

Direção de Arte: Mariela  Rípodas

Ator: Viggo Mortensen

Atriz: Soledad Villamil

Ator Coadjuvante: Daniel Fanego, Javier Godino

Atriz Coadjuvante: Sofia Gala

ANNI FELICI (ITÁLIA) – FICÇÃO – 110’

Sinopse: Um artista narcisista encontra o seu mundo de cabeça para baixo depois de uma exposição desastrosa e das novas inclinações extra conjugais de sua, até então, dedicada esposa.

Direção: Daniele Luchetti

Roteiro: Daniele Lucheti, Sandro Petraglia, Stephano Rulli, Caterina Venturini

Produção: Sandra Bonacchi, Marco Chimenz, Matteo De Laurentiis, Gina Gardini, Giovanni Stabilini, Riccardo Tozzi

Fotografia: Claudio Collepiccolo

Montagem: Francesco Garrone e Mirco Garrone

Trilha Sonora: Franco Piersanti

Cenografia: Giancarlo Basili

Ator: Kim Rossi Stuart, Samuel Garofalo, Niccolò

Atriz: Micaela Ramazzotti, Martina Gedeck, Benedetta Buccellato, Pia Engleberth

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PATROCINADORES

O Cine PE 2014 tem como patrocinadores master o BNDES e o Governo de Pernambuco (Empetur). O festival é patrocinado pela Petrobras, Prefeitura do Recife, Stella Artois e tem como co-patrocinadores BNB, Celpe / Neoenergia. Conta ainda com o apoios da Copergás, Fundaj, Canal Brasil, Instituto Cervantes, Copa Airlines, Link Digital, O2 Filmes e Cia Rio; e com promoção da Rede Globo e da Revista de Cinema.

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Longa carioca Muitos Homens num Só foi o grande vencedor da noite

A 18ª edição do Cine PE Festival do Audiovisual foi encerrada hoje à noite, no Teatro Santa Isabel, no centro do Recife, em cerimônia rápida e ‘silenciosa’. O tom foi de informação e não festividade por causa das homenagens póstumas ao jornalista e crítico de cinema do jornal baiano A Tarde, João Sampaio, falecido na manhã de hoje, no Recife; ao ator, crítico e cineasta José Wilker; e aos 50 anos do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha.

 Na ocasião, foram divulgados os filmes premiados da Mostra Festival de Cinema de Ficção Internacional (veja relação no final do release), disputada por seis filmes, sendo dois estrangeiros, uma produção Brasil/Chile e três brasileiros. O grande vencedor da noite foi o longa carioca Muitos Homens num Só, com direção de Mini Kerti, que ganhou dez prêmios, inclusive de melhor filme e melhor direção. O filme Romance Policial, de Jorge Durán, levou três prêmios, entre eles o de melhor fotografia.  

A Mostra Festival de Cinema de Ficção Internacional teve como júri o jornalista e crítico de cinema paulista Marcos Petrucelli; o diretor Geral da Brazilian World Cinema, produtor e locutor do Kinoscope, o carioca Fabiano Canosa; o diretor, roteirista e produtor cinematográfico paulista Francisco Ramalho Junior; o distribuidor e produtor independente Marco Aurélio Marcondes; e o jornalista, pesquisador e crítico de cinema, o gaúcho Marcos Santuário.

Durante as mostras competitivas de filmes, realizadas de 26 de abril até ontem (1º de maio), no Teatro Guararapes, no Centro de Convenções, foram exibidos 27 títulos (13 curtas e 14 longas metragens), sendo 22 filmes nacionais e cinco internacionais. As produções estrangeiras foram originárias da Argentina, Itália, de Portugal e dos Estados Unidos. Dos títulos brasileiros, nove foram pernambucanos (um longa e oito curtas).

A curadoria do Cine PE foi realizada pelo jornalista e crítico de cinema Rodrigo Fonseca  A atriz Laura Cardoso, também homenageada no evento, recebeu o troféu Calunga de Ouro na terça-feira passadda (29/abril).

Confira a premiação da Mostra Festival de Cinema de Ficção Internacional:
(Longas-Metragens)

-Melhor Filme: Muitos Homens num Só (RJ-Brasil)
-Melhor Direção: Mini Kerti (Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)
-Melhor Roteiro: Leandro Assis (Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)
-Melhor Fotografia: Luis Abramo (Romance Policial/Brasil)
-Melhor Montagem: Mirco Garrone (Anni Felici/Itália)
-Melhor Edição de Som: Tomás Além (Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)
-Melhor Trilha Sonora: Dado Vilalobos (Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)
-Melhor Direção de Arte: Kiti Duarte ((Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)  
-Melhor Ator: Vladmir Brichta (Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)
-Melhor Atriz: Alice Braga (Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)
-Melhor Ator Coadjuvante: Alvaro Rudolphy (Romance Policial/Brasil) e Pedro Brício (Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)
-Melhor Atriz Coadjuvante: Roxana Campos (Romance Policial/Brasil) e Pia Engleberth (Anni Felice/Itália)
-Prêmio Júri Popular: Muitos Homens num Só (RJ-Brasil), com direção de Mini Kerti
-Prêmio ABRACINE:  E Agora? Lembra-me (Portugal)-

-Menção Honrosa: O Menino no Espelho (MG/Brasil), de Guilherme Fiúza Zenha, por ampliar a proposta de uma produção brasileira que destaca fatos da história nacional para um público infantil.

-Menção Honrosa: Para o elenco infantil dos filmes Anni Felici (Itália), de Daniele Lucheti, e O Menino no Espelho (MG/Brasil), de Guilherme Fiúza Zenha em especial para Lino Facioli.

-Menção Honrosa: Para o filme Mundo Deserto de Almas Negras, de Ruy Veridiano (SP/Brasil) pela inventividade e ousadia ao construir um filme que utiliza o espírito DJ na construção de sua narrativa.
 
CONTATOS PARA ENTREVISTAS:

*Alfredo Bertini, produtor cultural e diretor do Cine PE Festival do Audiovisual Tels.: 0XX81-3461.2765/3773. Cels.: 0XX81-9292.1469

* Sandra Bertini, produtora cultural e diretora do Cine PE Festival do Audiovisual Tels.: 0XX81-3461.2765/3773 e 9212.7723

MAIS INFORMAÇÕES:
 
Ariane Costa
81-3103.3773/9974.2754
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Paloma Immisch
81-3038.6144/9165.3861
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Longa carioca Muitos Homens num Só foi o grande vencedor da noite

A 18ª edição do Cine PE Festival do Audiovisual foi encerrada hoje à noite, no Teatro Santa Isabel, no centro do Recife, em cerimônia rápida e ‘silenciosa’. O tom foi de informação e não festividade por causa das homenagens póstumas ao jornalista e crítico de cinema do jornal baiano A Tarde, João Sampaio, falecido na manhã de hoje, no Recife; ao ator, crítico e cineasta José Wilker; e aos 50 anos do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha.

 Na ocasião, foram divulgados os filmes premiados da Mostra Festival de Cinema de Ficção Internacional (veja relação abaixo), disputada por seis filmes, sendo dois estrangeiros, uma produção Brasil/Chile e três brasileiros. O grande vencedor da noite foi o longa carioca Muitos Homens num Só, com direção de Mini Kerti, que ganhou dez prêmios, inclusive de melhor filme e melhor direção. O filme Romance Policial, de Jorge Durán, levou três prêmios, entre eles o de melhor fotografia.  

A Mostra Festival de Cinema de Ficção Internacional teve como júri o jornalista e crítico de cinema paulista Marcos Petrucelli; o diretor Geral da Brazilian World Cinema, produtor e locutor do Kinoscope, o carioca Fabiano Canosa; o diretor, roteirista e produtor cinematográfico paulista Francisco Ramalho Junior; o distribuidor e produtor independente Marco Aurélio Marcondes; e o jornalista, pesquisador e crítico de cinema, o gaúcho Marcos Santuário.

Durante as mostras competitivas de filmes, realizadas de 26 de abril até ontem (1º de maio), no Teatro Guararapes, no Centro de Convenções, foram exibidos 27 títulos (13 curtas e 14 longas metragens), sendo 22 filmes nacionais e cinco internacionais. As produções estrangeiras foram originárias da Argentina, Itália, de Portugal e dos Estados Unidos. Dos títulos brasileiros, nove foram pernambucanos (um longa e oito curtas).

A curadoria do Cine PE foi realizada pelo jornalista e crítico de cinema Rodrigo Fonseca  A atriz Laura Cardoso, também homenageada no evento, recebeu o troféu Calunga de Ouro na terça-feira passadda (29/abril).

Confira a premiação da Mostra Festival de Cinema de Ficção Internacional:
(Longas-Metragens)

-Melhor Filme: Muitos Homens num Só (RJ-Brasil)
-Melhor Direção: Mini Kerti (Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)
-Melhor Roteiro: Leandro Assis (Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)
-Melhor Fotografia: Luis Abramo (Romance Policial/Brasil)
-Melhor Montagem: Mirco Garrone (Anni Felici/Itália)
-Melhor Edição de Som: Tomás Além (Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)
-Melhor Trilha Sonora: Dado Vilalobos (Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)
-Melhor Direção de Arte: Kiti Duarte ((Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)  
-Melhor Ator: Vladmir Brichta (Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)
-Melhor Atriz: Alice Braga (Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)
-Melhor Ator Coadjuvante: Alvaro Rudolphy (Romance Policial/Brasil) e Pedro Brício (Muitos Homens num Só/RJ-Brasil)
-Melhor Atriz Coadjuvante: Roxana Campos (Romance Policial/Brasil) e Pia Engleberth (Anni Felice/Itália)
-Prêmio Júri Popular: Muitos Homens num Só (RJ-Brasil), com direção de Mini Kerti
-Prêmio ABRACINE:  E Agora? Lembra-me (Portugal)-

-Menção Honrosa: O Menino no Espelho (MG/Brasil), de Guilherme Fiúza Zenha, por ampliar a proposta de uma produção brasileira que destaca fatos da história nacional para um público infantil.

-Menção Honrosa: Para o elenco infantil dos filmes Anni Felici (Itália), de Daniele Lucheti, e O Menino no Espelho (MG/Brasil), de Guilherme Fiúza Zenha em especial para Lino Facioli.

-Menção Honrosa: Para o filme Mundo Deserto de Almas Negras, de Ruy Veridiano (SP/Brasil) pela inventividade e ousadia ao construir um filme que utiliza o espírito DJ na construção de sua narrativa.

 

Portal Yahoo Brasil! Anos Felizes reata tradição da comédia italiana

Por Luiz Carlos Merten | Estadão Conteúdo

Na coletiva de O Mercado de Notícias, belo documentário que ganhou o prêmio da categoria no Cine PE, Jorge Furtado fez uma confissão. Disse que o próximo filme, já em produção, será um drama, o primeiro de sua carreira. Até aqui tem feito comédias, e prefere as tristes, como as de Charles Chaplin, que definiu como "o maior artista do cinema".

Jorge Furtado poderia estar falando de Anos Felizes, de Daniele Luchetti, que integra a competição internacional e passou na quarta-feira, 30, à noite. O Cine PE termina nesta sexta-feira, 2. Ainda faltava exibir hoje os últimos filmes da competição, dois nacionais: Romance Policial, de Jorge Durán, e Muitos Homens Num Só, de Mini Kerti. Pode ter vindo surpresa daí, mas só um júri muito louco poderá ignorar Luchetti.

Na entrevista explicando sua curadoria no Cine PE, o crítico Rodrigo Fonseca disse que a seleção privilegiava um recorte (de temas e filmes). Ele selecionou obras preocupadas em discutir a identidade e a memória, e esta última subentendia não apenas a lembrança individual, mas algo que está no inconsciente coletivo. Anos Felizes tenta reatar com a tradição da grande comédia italiana dos anos 1960. Nosso imaginário de cinéfilos está cheio de lembranças de grandes filmes de Dino Risi, Mario Monicelli, Luigi Comencini, os mestres italianos do humor. Daniele Luchetti debruça-se sobre aquela grande escola. É o diretor de Meu Irmão É Filho Único e A Nossa Vida.

Seu filme conta a história de um garoto que toma consciência do mundo munido de uma câmera de filmar. Com o irmão mais jovem, ele acompanha a mãe, que parte em viagem de férias. Vão para o mar, e a mãe é acompanhada por uma amiga lésbica.

Vai surgir daí uma história que a mãe define como "importante". Ao contrário do pai, um artista que não resiste a um rabo de saia, mas para quem as outras mulheres não significam nada, a experiência homoerótica será decisiva para a mãe.

A família desintegra-se, reintegra-se. O garoto filma tudo, mas só agora, como narrador, com a distância proporcionada pelo tempo, ele pode dizer que aqueles foram anos felizes de sua vida.

Anni Felici é um filme encantador e a sessão terminou sob uma trovoada de aplausos. Kim Rossi Stuart, que faz o pai, e Micaela Ramazzotti, a mãe, são ótimos e o garoto Samuel Garofalo também é muito bom. Existem momentos em que seu olhar grave faz dele o verdadeiro adulto da história.

Infância

Um outro menino ocupou a segunda parte da noite de quarta, no Cine PE. Foi o pequeno protagonista de O Menino no Espelho, que Guilherme Fiúza Zenha adaptou do livro de Fernando Sabino (que está sendo reeditado numa edição belíssima, com as ilustrações da edição original). Como A Guerra dos Botões, de Yves Robert, e Os Meninos da Rua Paulo, que teve várias versões, e o próprio Pequeno Nicolas, de Laurent Tirard, O Menino no Espelho coloca a questão da memória, mas outra que ecoa no imaginário do cinéfilo.

Filme infantil ou sobre a infância? A história passa-se em Belo Horizonte, numa data que Sabino não precisa e Guilherme Fiúza situou em 1938. Ele filmou em Cataguases, onde o pioneiro Humberto Mauro iniciou seu ciclo que forjou o cinema brasileiro. Há um cinema na ficção do diretor, que não está no livro. Exibe clássicos dos anos 1930 que marcaram Fiúza – O Anjo Azul, de Josef von Sternberg, com a cena mítica em que a jovem Marlene (Dietrich) canta no cabaré, e Ganga Bruta, de Mauro (claro). O menino olha-se no espelho e dele salta o seu reflexo, querendo usurpar sua vida. E tudo se passa nessa cidade cheia de folguedos, com uma casa assombrada e um grupo de integralistas liderado pelo major.

Exemplarmente produzido – pela Camisa Listrada -, o filme enche os olhos com seu cuidado cenográfico e plástico. A primeira parte é a mais sedutora. Recria os folguedos infantis – a tentativa de voar, num avião que o menino cria a partir da Mademoiselle de Santos Dumont.

A segunda tem mais a ver com o mundo adulto, que é, segundo o próprio Guilherme Fiúza, "mais chato". E tudo termina com uma citação do próprio Sabino, integrado ao diálogo.

Numa entrevista, o escritor disse certa vez que, quando criança, todo mundo lhe perguntava o que queria ser quando adulto. Crescido, ninguém nunca lhe perguntou o que gostaria – de voltar a ser menino.

O filme já tem estreia programada – 19 de junho, em plena Copa. Será um lançamento regional, em Minas, que só depois a Downtown e a Paris, empresas associadas, vão abrir para o Brasil. Nesta semana, não haverá jogo da seleção, as crianças estarão de férias. A expectativa é que, como O Pequeno Nicolas, outro filme sobre a infância, O Menino no Espelho também funcione como filme infantil. O carinho com que foi feito, uma certa perspectiva de distanciamento, o gosto pelos detalhes, tudo deve funcionar muito bem com os adultos.

Homenagens ‘silenciosas’ no encerramento do Cine PE esta noite

Logo mais, às 20h30, o Teatro Santa Isabel, no centro do Recife, será palco de um cerimônia de encerramento do Cine PE silenciosa e rápida. O tom será de respeito em memória do jornalista e crítico de cinema João Sampaio, falecido nesta manhã, no Recife, e que estava na cidade a trabalho para cobrir o festival. O evento vai prestar uma homenagem ao jornalista esta noite.

O roteiro de homenagens e premiação da Mostra Festival de Cinema de Ficção Internacional continua, mas agora com um viés meramente informativo, não festivo. Na ocasião, serão homenageados, como divulgado, in memorian, o ator, cineasta e crítico José Wilker, falecido no mês passado (abril), e o filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, pelos 50 anos de produção.

A apresentação da cerimônia será feita pelo casal de atores Deborah Secco e Bruno Torres e pela jornalista Graça Aráujo. O acesso permanece aberto ao público e gratuito. Aos interessados, é preciso retirar os ingressos a partir das 18h, na bilheteria do teatro, com capacidade para 700 pessoas.

 

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