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Cine PE realiza a última sessão de Mostras Paralelas com a sala do Cinema São Luiz cheia

Cine PE realiza a última sessão de Mostras Paralelas com a sala do Cinema São Luiz cheia

O último dia de programação do Cine PE 2025 celebrou o cinema regional com a exibição das Mostras Paralelas – Sessão Matinê, que aconteceu na tarde deste domingo (15), no Cinema São Luiz, no Recife. Com sala cheia e entrada gratuita, a sessão apresentou obras de realizadores de Pernambuco e da Paraíba, seguida de um bate-papo com parte das equipes e diretores dos filmes.

Na Mostra Lei Paulo Gustavo – PE, o público conferiu cinco curtas que exploram a força criativa e identitária do território nordestino. Entre eles, “Garapa Nervosa, a banda que esqueceu de acabar” resgatou a trajetória de uma banda recifense que insiste em continuar. Já “Histórias do Alto” mergulhou na vida e resistência cultural dos moradores do Alto José do Pinho, enquanto “Areias do Céu” apresentou um olhar poético sobre o sertão e suas forças espirituais e simbólicas. A ficção “Umbilina e Sua Grande Rival” narrou ao público, com humor, a rivalidade entre duas personagens do interior. “PX Origens”, por sua vez, percorreu as memórias e expressões artísticas do bairro de Peixinhos, localizado entre Recife e Olinda.

Antes da exibição, a diretora Virgínia Guimarães contou sobre a construção de Areias do Céu e a potência simbólica das paisagens sertanejas retratadas. “Esse filme fala um pouco sobre duas paisagens e suas forças humanas e animais. Ele foi feito em Santa Cruz do Capibaribe, nas comunidades da Palestina e da Vila do Pará, lugares de proteção e resistência. Foi o primeiro filme nesse processo, e gerou muitos frutos. Estou muito feliz de estar aqui com parte da equipe e de poder compartilhar esse trabalho com vocês”, destacou. 

Já na Mostra Panorama Paraíba, foram exibidos seis filmes que transitaram entre ficção e documentário. “O Colecionador de Cheiros de Nucas Femininas” intrigou o público com sua proposta inusitada; “Ladário” contou a história de um homem que ressignifica sua vida pela arte; “Jacu” e “O Sonho de Anu” apostaram na narrativa de personagens do interior e dos povos originários; “A Nave que Nunca Pousa” homenageou espaços culturais periféricos; e “Memórias – Histórias do Cine Teatro Municipal de Sumé” resgatou afetivamente a história de um dos palcos mais simbólicos do Cariri paraibano.

Em sua fala, a diretora Ana Célia Gomes destacou a importância de “Memórias” para o reconhecimento do patrimônio cultural da região. “Esse filme nasce da vontade de registrar a história de um lugar que eu não vivi, mas que marcou profundamente minha cidade. O cineteatro de Sumé foi um palco pulsante de arte, e queremos que ele volte a ser isso. Espero que esse filme ajude a manter vivos os espaços culturais do interior, que precisam ser revitalizados para continuar transformando vidas”, pontuou.

Leandra Leal é homenageada no CINE PE e relembra trajetória iniciada no festival há quase três décadas

Leandra Leal é homenageada no CINE PE e relembra trajetória iniciada no festival há quase três décadas

Na noite deste sábado (14), o 29º CINE PE celebrou a carreira de uma artista que cresceu diante das câmeras e diante do público brasileiro: Leandra Leal. A atriz, diretora e produtora recebeu o Calunga Dourada como reconhecimento por sua contribuição ao cinema nacional. No palco do Cinema do Teatro do Parque, Leandra reforçou que o gesto tem um sabor especialmente simbólico, já que foi na primeira edição do Festival que ela despontou no seu primeiro longa-metragem, A Ostra e o Vento, de Walter Lima Jr., filme que, à época, conquistou o júri e foi premiado no CINE PE.

Coube ao diretor de fotografia e cineasta Walter Carvalho a entrega do troféu, em um discurso poético. Entre lembranças e metáforas, ele exaltou a beleza e o talento da atriz. “Zeux pintou a mulher ideal com traços de várias mulheres da Grécia Antiga. Mas sabem por que ele fez isso? Porque ele não conhecia a Leandra Leal”, disse.

Ao receber a estatueta, Leandra também refletiu sobre a construção da própria trajetória e o quanto o cinema atravessa todas as camadas de sua existência. “A minha vida é definida pelos trabalhos que eu estava fazendo naquele momento. Hoje está sendo muito bonito olhar para essas personagens todas e admirar. Olhar para si e gostar do que se vê”, afirmou.

“Estou num momento muito feliz da minha vida. Acabei de ter meu segundo filho, não tão recentemente, mas para mim foi ontem, e hoje é a primeira vez que passo uma noite fora de casa. E segunda-feira já volto a um set, com o Fernando Coimbra, diretor do filme que vocês vão ver aqui”, contou ela, em referência ao longa Os Enforcados, exibido logo após a homenagem.

Os Enforcados é um thriller psicológico que mergulha nas zonas sombrias das relações humanas e conduz o espectador por um enredo carregado de tensão, ambiguidade e emoção. O filme conta a história do casal Regina e Valério que se vêem envolvidos em dívidas e traições herdadas da família de Valério. Uma noite, eles encontram o plano perfeito. Mas, ao executá-lo, são sugados por uma espiral de violência que parece não ter fim.

No filme, Leandra divide a cena com Irandhir Santos e destaca que foi um processo muito eletrizante. “Eu amei fazer o filme e espero que vocês gostem também. Se gostarem, repliquem, falem, porque estamos vivendo um momento muito lindo no nosso cinema”, destacou.

A homenageada encerrou sua fala fazendo um chamado em defesa das políticas públicas e da diversidade de vozes no audiovisual: “Vamos regulamentar o VOD (serviços de oferta de vídeo sob demanda), vamos continuar exigindo políticas públicas que escoam nossa produção. Temos muitas narrativas que merecem ser contadas. E eu espero ficar até o último segundo contando essas histórias”, finalizou.

 

CINE PE 2025 destaca lançamentos literários na programação deste sábado (14)

CINE PE 2025 destaca lançamentos literários na programação deste sábado (14)

O CINE PE 2025 segue movimentando o cenário cultural pernambucano com uma programação plural. Neste sábado (14), o festival promoveu o lançamento de quatro obras que dialogam com temas essenciais da educação, cultura e crítica cinematográfica. O evento aconteceu no Novotel Recife Marina, reunindo os autores em uma mesa de debate com o público logo após os lançamentos. A programação integrou as atividades paralelas do festival, que segue até o dia 16 de junho com exibições de filmes e homenagens.

O economista e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque apresentou o livro Escola é Escada, no qual defende a educação pública como principal instrumento de mobilidade social no Brasil. Com sua reconhecida experiência e trajetória na área, Buarque propõe reflexões sobre como a escola pode – e deve – funcionar como uma escada para superar desigualdades históricas. “Os degraus para o sucesso entre esses jovens são muito parecidos. Eles têm mães que se convenceram que os filhos, mesmo pobres, podem ter sucesso a partir da educação. Todos eles passaram por escolas federais e participaram de olimpíadas, que os garantiram bolsas de estudo para cursar em boas escolas particulares. Isso os levaram a boas universidades e, depois, a empreender”, pontuou o autor. “A gente precisa garantir que todos subam essa escada ou ao menos que todos tenham a mesma chance. Esse é o objetivo que eu desejo”, completou.

Já o gestor cultural e diretor do festival, Alfredo Bertini, lança Nem 8, Nem 80, coletânea de crônicas publicadas na imprensa pernambucana, com reflexões que transitam entre política, economia, cultura e sociedade. O livro convida o leitor a escapar dos extremos e buscar um olhar mais equilibrado e crítico diante das complexidades do mundo contemporâneo.

O pesquisador e cineasta Lúcio Vilar apresentou Luz, Cinefilia… Crítica, obra que resgata a produção crítica do paraibano Linduarte Noronha, pioneiro na crítica cinematográfica no Nordeste. O livro compila cerca de 60 textos publicados por Noronha na década de 1950, além de análises contemporâneas que reafirmam a importância de sua contribuição para a formação de um olhar crítico sobre o cinema brasileiro.

Compondo a mesa, Amanda Karoline, autora do livro “De Tambába à Prisão: uma trama real de violências e abusos no paraíso do nudismo brasileiro”, compartilhou com o público a dor e a força por trás de sua escrita. Amanda narra sua trajetória de vida marcada por violência doméstica. Ela revelou que o processo de registrar sua história enquanto cumpria pena no sistema prisional foi profundamente desafiador, a ponto de interromper temporariamente a escrita. No entanto, um encontro com uma policial que também vivia em silêncio as marcas da violência doméstica foi decisivo para que ela retomasse o livro como um ato de resistência. “Escrevi esse livro no sistema prisional e eu me revoltava a cada momento, porque relembrava as situações de abuso. E eu parei! Um dia uma policial me perguntou por que eu não estava escrevendo e eu falei que tinha desistido, porque era muito doloroso. E ela disse que passava pela mesma coisa que eu passei e que tinha vergonha de contar, porque o marido era delegado. Então eu continuei a escrever para não silenciar. Falar de violência, principalmente quando vai pra alma, é doloroso demais. Hoje, contar a minha história é contar a história de muitas mulheres”, pontua Amanda.

Cine PE destaca afeto maduro e potência criativa em tempos de escassez no quarto dia de coletivas

Cine PE destaca afeto maduro e potência criativa em tempos de escassez no quarto dia de coletivas

No quarto dia de coletivas do 29º Cine PE, o amor em suas formas mais profundas e a força criativa diante da escassez de recursos marcaram os debates com os realizadores da Mostra Competitiva. O destaque da manhã foi o longa “Senhoritas”, de Mykaela Plotkin, que trouxe à mesa uma conversa sensível e potente sobre o amor entre duas amigas idosas, uma história de afetos que rompe com os estereótipos frequentemente atribuídos à velhice e ao relacionamento entre duas mulheres. 

A narrativa aborda temas como autonomia, saudade e reencontro, gerando forte identificação com o público e ampliando o debate sobre a representação de mulheres mais velhas no cinema. A diretora compartilhou o desejo de retratar relações entre mulheres com mais de 60 anos sob um olhar delicado e íntimo. “Cheguei à vida adulta em busca da liberdade que me foi prometida. Mas estava ocupada demais, com pouco dinheiro. E via minhas avós viajando, celebrando a vida com as amigas. Aquilo, para mim, era liberdade”, contou. “As pessoas não estão acostumadas a se ver na tela, muito menos a ver a potência da vida na maturidade. É muito bonito ver esses corpos e essas vidas representadas. Sinto que o cinema tem esse poder de acender o fogo, de iluminar os temas que costumamos silenciar”, refletiu.

Na mesa dedicada aos curtas-metragens, tanto da mostra pernambucana quanto da nacional, a criatividade diante da escassez foi o eixo comum, uma realidade constante nas produções independentes brasileiras, mas que, em vez de limitar, impulsiona soluções inventivas e novas estéticas. 

Da mostra nacional, “Tapando Buracos”, dirigido por Pally e Laura Fragoso, trouxe uma reflexão sobre fazer cinema a partir das lacunas. “É muito doido falar sobre criatividade em certos contextos, porque muitas vezes ela vira necessidade. Você é forçada a encontrar soluções. Mas espero que, nas próximas produções, possamos falar de criatividade não apenas como resposta à falta de verba, mas como exercício artístico pleno”, destacou Pally.

A coletiva contou ainda com a presença da diretora Priscila Nascimento, que falou sobre “Sonho em Ruínas”, um curta de quatro minutos que propõe uma ficção contundente sobre o colapso de sonhos individuais em um país desigual, e de Paulo Alípio, diretor do documentário “O Último Varredor”, que nasceu do desejo de lançar um olhar sensível e humano sobre quem muitas vezes passa despercebido.

 

CINE PE anuncia jornalistas locais credenciados para a edição 2025 

CINE PE anuncia jornalistas locais credenciados para a edição 2025 

O CINE PE divulga oficialmente a lista de jornalistas e veículos locais credenciados para a cobertura da edição 2025. Com uma programação que celebra o melhor do cinema nacional, o festival reafirma sua relevância como ponto de encontro entre a imprensa especializada e as produções brasileiras.

Os profissionais de imprensa terão acesso às sessões mediante retirada diária das pulseiras, que funcionam como credenciais individuais por noite. A distribuição acontecerá a partir das 18h, diretamente no Teatro do Parque, localizado na área central do Recife.

Vale ressaltar que a credencial não é nominal, ou seja, a pulseira será o único acesso válido para os credenciados em cada noite do evento. 

 

CONFIRA A LISTA

Diogo Berni – Escrevendo Espanando 

Daniel Vitor de Medeiros – Folha de Pernambuco

Ruan Reis – LeiaJá

Caique Henry Moura Gondim – Estação nerd 

Gerlândia Bezerra – TV Guararapes 

Pietro Tenório de Brito Papaleo – Central do Entretenimento

Ewerton de Castro Ribeiro – Central do Entretenimento

Tati Regis – meufilmedia.blogspot.com

Gilson Sousa – Canal @bqcelebridades 

Ivan Matos – Canal @bqcelebridades 

Gustavo Werk – Canal @bqcelebridades 

Leonardo José de Lima – Cine Mulholland  / Club do.Filme / TemQueVe Cinemar 

Letícia Barbosa – Manguetown Revista 

Maria Eduarda Fernando da Silva – Manguetown Revista

Robson Gomes – Coluna Persona, Folha de Pernambuco

Taís Paranhos – Blog Taís Paranhos

Taciana Paranhos – Blog Taís Paranhos

Rafaella Soares – Revista O Grito! 

Kamilla Cunha – Folha de Pernambuco

Rayane Oliveira dos Santos – Folha de Pernambuco (Roberta Jungmann)

Lucas Vieira Rigaud de Mello – Estação Nerd

Willian Araujo Viegas de Oliveira – Arraial Filmes 

Bianka Carvalho – Tv Globo Recife

Natália de Sá Viana – Liga de Cinema e Audiovisual Uninassau Graças 

Welverton Macena dos Santos – Liga Acadêmica Eco Cultural Uninassau Graças 

Hugo França – Club do Filme

Natália Bocanera – Coletivo Crítico

Francisco Barros – Recinefilia

Leonardo Monteiro – Clubdofilme.com

Cibele Wagnez – Portal LeiaJá 

Renata Araújo –  TV Guararapes Record TV

Rene Batista – TV Guararapes Record TV

Everaldo Lima Júnior – Moderno Veneza Cinema & Cultura

Luizy Silva – Rádio Frei Caneca FM

Hiccaro Rodrigues – Estação Nerd 

Priscila Xavier – Rádio Frei Caneca FM

Lucas Vieira Rigaud de Mello – Estação Nerd 

Nathalia Gabrielly Valentim Alves de Lima – TV leia ja

Emannuel Bento do Nascimento – Jornal do Commércio

Guilherme Silva dos Santos – Manguetown Revista 

Caroline de Barros – LeiaJá

Pedro Belaine – @badou.xd

Maria Clara Souza Santana – Arraial Filmes

Bárbara Chayane Teixeira da Silva – Arraial Filmes

Rafael Guerra – TV Pernambuco 

Em edição dedicada às trilhas sonoras, abertura do Cine PE terá concerto da Orquestra Bravo tocando músicas de filmes

Em edição dedicada às trilhas sonoras, abertura do Cine PE terá concerto da Orquestra Bravo tocando músicas de filmes

Muito antes da existência do cinema falado, quando os filmes não passavam de imagens projetadas sobre uma tela, já existia trilha sonora. Desde os primórdios da sétima arte, a exibição dos filmes era acompanhada por músicos, que, no comando do piano ou de outros instrumentos, ajudavam a compor o clima da sessão.

No ano de sua 28ª edição, o tema do Cine PE é “Ver, Ouvir, Sentir”. Para que o público possa segui-lo à risca, a produção do festival incluiu na programação uma homenagem a canções inesquecíveis que embalaram o cinema brasileiro nas últimas décadas.

Na noite de 6 de junho, a Orquestra Bravo, idealizada pelo maestro Alexandre Lemos, se apresentará no Teatro do Parque com dez músicas escolhidas especialmente para a ocasião. Os doze músicos executarão um programa de cerca de 40 minutos sob a regência do maestro Dierson Torres, responsável também pelo arranjo. Durante o concerto, serão projetadas na tela cenas dos filmes retratados, em uma viagem musical pela história do cinema nacional.

Nas três últimas músicas, a orquestra contará com convidados especiais: sobem ao palco o cantor e compositor Silvério Pessoa, a recifense Mariana Rocha, ex-participante do The Voice Kids, e Carlos Filho, natural de Serra Talhada e também ex-The Voice.

A abertura do Cine PE 2024 terá ainda uma homenagem artística à atriz e cantora Tânia Alves e a estreia de “Grande Sertão”, novo filme do diretor pernambucano Guel Arraes, a partir das 19h. A entrada é gratuita e a distribuição das pulseiras na bilheteria do Teatro do Parque começa às 17h.

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