Festival Audiovisual exibirá 6 longas e 32 curtas, entre os dias 23 e 26 de novembro, na tela do centenário Teatro do Parque. O evento terá acesso gratuito
Após uma edição sem público devido à pandemia de Covid-19, o CINE PE volta com programação 100% presencial em 2021. Entre os dias 23 e 26 de novembro, o Festival Audiovisual aporta em local inédito: o centenário Teatro do Parque, primeiro teatro equipado para receber filmes sonoros no Nordeste, inaugurado recentemente após 10 anos de reforma. Além do novo local, outra novidade é o horário do festival, com exibições em dois momentos. A partir das 14h ocupam a telona os competidores das mostras de curtas-metragens; às 19h será a vez dos longas-metragens.
Mesmo em um ano tão difícil, especialmente para o setor audiovisual, 678 realizadores inscreveram suas produções para as mostras competitivas do CINE PE 2021. O estado que mais enviou inscritos foi São Paulo, com 184 filmes, seguido pelo Rio de Janeiro, com 138, e de Pernambuco, com 73. Deste montante, seis longas de ficção e documentário estarão juntos na Mostra Competitiva de Longas-Metragens, nove títulos na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos e vinte e três na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais.
Os seis longas nacionais selecionados para a mostra competitiva foram os documentários “Os ossos da saudade”, de Marcos Pimentel (MG); “Ainda estou vivo”, de André Bomfim (SP); e “Muribeca”, de Alcione Ferreira e Camilo Soares (PE); e as ficções “Lima Barreto ao terceiro dia”, de Luiz Antônio Pilar (RJ); “Receba!”, de Pedro Perazzo e Rodrigo Luna (BA); e “Deserto Particular”, de Aly Muritiba (PR); este último, premiado no Festival de Veneza 2021, faz sua estreia nacional no CINE PE e foi o escolhido para representar o Brasil na disputa por uma vaga na próxima edição do Oscar. (Veja abaixo a lista completa de filmes e detalhes).
Já a Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais contempla realizadores do Amazonas, São Paulo, Goiás, Pernambuco, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo, Pará, Rio Grande do Norte e Amapá.
Mais uma vez a missão de selecionar os indicados para as mostras competitivas do CINE PE foi dos curadores Edu Fernandes, crítico e programador do circuito Cine Materna, e Nayara Reynaud, crítica de cinema, repórter, criadora e editora-chefe do site cultural Nervos (SP). O público que for ao Teatro do Parque vai poder conferir filmes com temáticas variadas. Cinema de gênero, transformações urbanas, ancestralidade, herança cultural e racismo permeiam a seleção.
“Quando cheguei para trabalhar na curadoria do CINE PE junto com o Edu, ele já tinha um norte muito bem estabelecido sobre a diversidade regional que o festival sempre procura trazer. E, a partir disso, a cada edição, tentamos fazer o mesmo em relação aos formatos, gêneros, temáticas, etc. Espero que o público possa conferir como está este panorama da produção cinematográfica pelo país, apesar de todas as dificuldades”, conta Nayara.
O Júri Oficial de cada categoria das mostras competitivas será constituído por cineastas, críticos, pesquisadores e artistas com comprovada experiência, que serão responsáveis por indicar os vencedores para as seguintes categorias do Troféu Calunga: categoria de longa-metragem (Melhor Filme de longa-metragem, Melhor Direção, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som, Melhor Montagem); categoria de curta-metragem (Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som, Melhor Montagem.
Além das categorias selecionadas pelo Júri Oficial, o público irá selecionar os premiados pelo Júri Popular, por meio do aplicativo oficial do festival, e os críticos da Abraccine também escolherão os melhores filmes nas categorias competitivas das Mostra de Curtas Nacionais e Mostra de Longas Metragens, através do Júri da Crítica.
O acesso ao festival será gratuito, tanto para a exibição de curtas quanto para os longas-metragens. Seguindo protocolos de higienização e sanitização, a capacidade do Teatro do Parque será reduzida a 500 expectadores. Além disso, só será permitida a entrada do público de máscara e mediante apresentação de cartão de vacinação contra Covid-19.
A expectativa da diretora do festival, Sandra Bertini, para o reencontro com o público é a melhor possível. “Aguardamos esse encontro com muita alegria e ansiedade. Realizamos um festival de forma virtual e esse reencontro é importante para sentirmos novamente toda a emoção e a efervescência da plateia aplaudindo e ovacionando as exibições”, comemora a diretora. Para Sandra, a essência do festival é o encontro do filme, dos realizadores e atores, com o público.
Nesta edição as coletivas/debates sobre os filmes também voltam a acontecer de forma presencial, no Hotel Nóbile Executive, em Boa Viagem, que será o QG do festival. Aberto ao público e imprensa, será sempre nas manhãs seguintes às exibições dos filmes. O hotel também vai receber os convidados e a imprensa especializada de todo o Brasil. Os tradicionais cursos/oficinas e seminários/workshops realizados pelo CINE PE para a formação de jovens talentos do audiovisual ficarão para um segundo momento, entre dezembro de 2021 e março de 2022, com programação que será divulgada posteriormente.
Mostra Infantil – Os alunos das escolas públicas municipais e estaduais terão duas sessões especiais dentro da programação do CINE PE. A Mostra Infantil, fora de competição, está programada para o mês de março/2022 no mesmo Teatro do Parque. Serão exibidos os filmes “Turma da Mônica – Laços”, de Daniel Rezende, e “A Pequena Travessa’’, de Joachim Masannek.
Mostra Especial – O longa de ficção pernambucano “Recife Assombrado”, de Adriano Portela, será exibido na tarde de 26 de novembro, às 14 horas, na mostra especial que marca a conclusão das oficinas ministradas pelo festival para professores e multiplicadores da rede pública de ensino de Pernambuco, entre os meses de maio e agosto de 2021. A trama conta a história de Hermano (Daniel Rocha), que retorna ao Recife após 20 anos para investigar o desaparecimento do seu irmão. Durante essa busca, ele se depara com assombrações famosas do imaginário recifense durante a noite. O acesso também será gratuito e aberto ao público mediante lotação.
Troféu Calunga – O Troféu Calunga é oferecido aos vencedores das mostras competitivas de curtas e longas-metragens. A “Calunga” representa a boneca carregada pela sacerdotisa dos cultos afro-brasileiros durante a apresentação do Maracatu. Ela faz parte das cerimônias religiosas, onde recebe o nome de uma princesa e representa uma divindade expressando um objeto de força e proteção. O Troféu Calunga é uma criação da artista plástica Juliana Notari. Os homenageados do Cine PE são contemplados com a Calunga de Ouro e os filmes vencedores, com a Calunga de Prata.
Premiações – De acordo com o regulamento do Cine PE, são 12 categorias de prêmios para a Mostra Competitiva de Longas-Metragens: Melhor filme, direção, roteiro, fotografia, montagem, edição de som, trilha sonora, direção de arte, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, atriz e ator. Os filmes das Mostras Competitivas de Curtas-Metragens Nacionais e Pernambucanos serão julgados em dez categorias: Melhor filme, direção, roteiro, fotografia, montagem, edição de som, trilha sonora, direção de arte, ator e atriz.
Além da premiação oficial, o Canal Brasil oferece o Prêmio Canal Brasil de Curtas – um júri composto por jornalistas e críticos de cinema escolhe o melhor filme de curta-metragem em competição, que, além de ser exibido na grade de programação, recebe o Troféu Canal Brasil e R$15 mil.