O Povo Online-Mateus Solano no Cine PE

Após interpretar o vilão Félix na novela da Globo "Amor à Vida", Mateus Solano está cada vez mais focado em sua carreira cinematográfica.

O ator contou durante uma coletiva de imprensa do filme "O Menino do Espelho", no Cine PE Festiva de Audiovisual, em Olinda, que está lendo o roteiro de um longa sobre o músico e cantor Erasmo Carlos.

"Graças ao sucesso de Félix, hoje posso escolher um pouco os trabalhos. Há um tempo recebi o convite para viver Erasmo Carlos também no cinema, mas só nos últimos dias tive tempo de pegar e começar a ler o roteiro. Porém ainda não está certo", revelou.

O ator também aproveitou a ocasião para comentar o recente caso em que uma pessoa não identificada, provavelmente alguém próximo de sua família, criou um usuário falso em seu nome no Instagram e compartilhou várias fotos do dia a dia do astro ao lado da família.

"Não sei com que intuito essa pessoa criou esse perfil, estou muito triste com o perfil do Instagram e do Facebok. Tentei me adaptar ao mundo virtual e não consegui, não sei mexer em nada e meu único perfil real é no twitter. Acredito que alguém muito próximo da minha família tenha criado a conta, pois nunca divulgo fotos da minha filha e essa pessoa teve acesso. Isso me entristece muito", lamentou o ator.

Redação O POVO Online

Caras (Web)-Deborah Secco e o namorado em festival de cinema

A atriz Deborah Secco levou o namorado, Bruno Torres, ao Cine PE Festival Audiovisual na noite de quinta-feira, 1, no teatro Guararapes, em Olinda. "Boas relações são ótimas de se viver e péssimas de se falar. Por isso hoje privo minha vida sentimental, mas posso garantir que estou muito feliz", disse Deborah para os fotógrafos no local.

Os dois trocaram carinhos e não se importaram em serem fotografados na chegada ao evento.
Nesta sexta-feira, 2, Deborah e Bruno serão os mestres de cerimônia do encerramento das atividades do festival, que este ano prestou uma homenagem a Laura Cardoso, José Wilker e Glauber Rocha.

 

O Globo-Última noite de competição

RIO — Uma plateia generosa foi assistir aos dois últimos títulos da competição internacional do 18º Cine PE, na noite de quinta-feira, feriado do Dia do Trabalho, no Cine Teatro Guararapes, em Olinda. O programa duplo oferecia o drama criminal “Romance policial”, coprodução entre o Brasil e o Chile, dirigida pelo veterano Jorge Durán e rodada quase em sua totalidade no país vizinho, e “Muitos homens num só”, drama de época da estreante (em longas-metragens) Mini Kerti, ambos aplaudidos pelo público.

Chileno radicado no Brasil há mais de três décadas, Durán volta ao Cine PE — onde exibiu em 2011 “Não se pode viver sem amor”, vencedor do prêmio especial do júri para o ator Rogério Fróes — com uma história de amor e morte de tons intimistas, que tem como protagonista o ator Daniel Oliveira. Na trama, ele interpreta Antônio, um funcionário público e aspirante a escritor que viaja ao deserto do Atacama, no Chile, para buscar inspiração para o seu primeiro romance e se envolve involuntariamente em um assassinato.

— Fazer um filme é uma tarefa bonita, mas dá muito trabalho — comentou Durán, conhecido por filmes como “A cor do seu destino” (1986), no palco do cinema, acompanhado de parte de sua equipe. — Ninguém faz cinema sozinho e, neste filme, duas equipes, uma brasileira e outra chilena trabalharam juntas para realizá-lo.

“Romance policial” foi rodado em locações no Chile, no povoado de San Pedro do Atacama, com direção de fotografia de Luís Abramo. Na história, desenvolvida pelo próprio Durán, Antônio é envolvido na morte do homem que havia lhe dado carona até a cidade e passa a ser investigado pela polícia local. Impedido de deixar o lugar, ele faz constantes visitas ao deserto e se envolve com Florencia (Daniela Ramirez), jovem de passado misterioso que administra um bar. Martinez, o policial que trabalha no crime, é interpretado por Álvaro Rudolphy, galã da TV chilena.

A noite de crimes e mistérios ganhou tons românticos com a exibição de “Muitos homens num só”, ambientando no Rio de Janeiro do início do século XX e inspirado em personagens de João do Rio, pseudônimo do jornalista, escritor e dramaturgo Paulo Barreto (1881-1921).

Na trama, escrita por Leandro Assis, Alice Braga interpreta a desenhista Eva, jovem volúvel e encantadora que se envolve romanticamente com um ladrão de hotéis conhecido como Dr. Antônio, vivido por Vladimir Brichta. Eva foi extraída da peça “Eva” (1915), e o larápio sedutor é inspirado no gaúcho Arthur Antunes Maciel, que assombrou a sociedade carioca da época e que teve seu passado e suas façanhas compilados por João do Rio no livro “Memórias de um rato de hotel” (1912).

— É uma honra dividir essa noite com o Durán. Fico lisonjeada — disse Mini, sócia e uma das mais ativas diretoras de comerciais da Conspiração Filmes, coprodutora do longa.

Portal NE 10-Coletiva O Mercado de Notícias

Na coletiva de O Mercado de Notícias, belo documentário que ganhou o prêmio da categoria no Cine PE, Jorge Furtado fez uma confissão. Disse que o próximo filme, já em produção, será um drama, o primeiro de sua carreira. Até aqui tem feito comédias, e prefere as tristes, como as de Charles Chaplin, que definiu como "o maior artista do cinema".

Jorge Furtado poderia estar falando de Anos Felizes, de Daniele Luchetti, que integra a competição internacional e passou na quarta-feira (30) à noite. O Cine PE termina nesta sexta-feira, 2. Ainda faltava exibir hoje os últimos filmes da competição, dois nacionais: Romance Policial, de Jorge Durán, e Muitos Homens Num Só, de Mini Kerti. Pode ter vindo surpresa daí, mas só um júri muito louco poderá ignorar Luchetti.

Na entrevista explicando sua curadoria no Cine PE, o crítico Rodrigo Fonseca disse que a seleção privilegiava um recorte (de temas e filmes). Ele selecionou obras preocupadas em discutir a identidade e a memória, e esta última subentendia não apenas a lembrança individual, mas algo que está no inconsciente coletivo. Anos Felizes tenta reatar com a tradição da grande comédia italiana dos anos 1960. Nosso imaginário de cinéfilos está cheio de lembranças de grandes filmes de Dino Risi, Mario Monicelli, Luigi Comencini, os mestres italianos do humor. Daniele Luchetti debruça-se sobre aquela grande escola. É o diretor de Meu Irmão É Filho Único e A Nossa Vida.

Seu filme conta a história de um garoto que toma consciência do mundo munido de uma câmera de filmar. Com o irmão mais jovem, ele acompanha a mãe, que parte em viagem de férias. Vão para o mar, e a mãe é acompanhada por uma amiga lésbica.
Vai surgir daí uma história que a mãe define como "importante". Ao contrário do pai, um artista que não resiste a um rabo de saia, mas para quem as outras mulheres não significam nada, a experiência homoerótica será decisiva para a mãe.

A família desintegra-se, reintegra-se. O garoto filma tudo, mas só agora, como narrador, com a distância proporcionada pelo tempo, ele pode dizer que aqueles foram anos felizes de sua vida.
Anni Felici é um filme encantador e a sessão terminou sob uma trovoada de aplausos. Kim Rossi Stuart, que faz o pai, e Micaela Ramazzotti, a mãe, são ótimos e o garoto Samuel Garofalo também é muito bom. Existem momentos em que seu olhar grave faz dele o verdadeiro adulto da história.

INFÂNCIA – Um outro menino ocupou a segunda parte da noite de quarta, no Cine PE. Foi o pequeno protagonista de O Menino no Espelho, que Guilherme Fiúza Zenha adaptou do livro de Fernando Sabino (que está sendo reeditado numa edição belíssima, com as ilustrações da edição original). Como A Guerra dos Botões, de Yves Robert, e Os Meninos da Rua Paulo, que teve várias versões, e o próprio Pequeno Nicolas, de Laurent Tirard, O Menino no Espelho coloca a questão da memória, mas outra que ecoa no imaginário do cinéfilo.

Filme infantil ou sobre a infância? A história passa-se em Belo Horizonte, numa data que Sabino não precisa e Guilherme Fiúza situou em 1938. Ele filmou em Cataguases, onde o pioneiro Humberto Mauro iniciou seu ciclo que forjou o cinema brasileiro. Há um cinema na ficção do diretor, que não está no livro. Exibe clássicos dos anos 1930 que marcaram Fiúza – O Anjo Azul, de Josef von Sternberg, com a cena mítica em que a jovem Marlene (Dietrich) canta no cabaré, e Ganga Bruta, de Mauro (claro). O menino olha-se no espelho e dele salta o seu reflexo, querendo usurpar sua vida. E tudo se passa nessa cidade cheia de folguedos, com uma casa assombrada e um grupo de integralistas liderado pelo major.

Exemplarmente produzido – pela Camisa Listrada -, o filme enche os olhos com seu cuidado cenográfico e plástico. A primeira parte é a mais sedutora. Recria os folguedos infantis – a tentativa de voar, num avião que o menino cria a partir da Mademoiselle de Santos Dumont.
A segunda tem mais a ver com o mundo adulto, que é, segundo o próprio Guilherme Fiúza, "mais chato". E tudo termina com uma citação do próprio Sabino, integrado ao diálogo.
Numa entrevista, o escritor disse certa vez que, quando criança, todo mundo lhe perguntava o que queria ser quando adulto. Crescido, ninguém nunca lhe perguntou o que gostaria – de voltar a ser menino.

O filme já tem estreia programada – 19 de junho, em plena Copa. Será um lançamento regional, em Minas, que só depois a Downtown e a Paris, empresas associadas, vão abrir para o Brasil. Nesta semana, não haverá jogo da seleção, as crianças estarão de férias. A expectativa é que, como O Pequeno Nicolas, outro filme sobre a infância, O Menino no Espelho também funcione como filme infantil. O carinho com que foi feito, uma certa perspectiva de distanciamento, o gosto pelos detalhes, tudo deve funcionar muito bem com os adultos.

 

Folha de Pernambuco-Encerramento

O 18º Cine-PE: Festival do Audiovisual despede-se nesta sexta (2) de seu público. E pela primeira vez, desde 1998, o palco da cerimônia de encerramento não será o do Teatro Guararapes. Não contará também com a projeção de nenhum filme. A coordenação do evento reservou a beleza clássica do Teatro Santa Isabel – e suas 272 poltronas na plateia e 394 cadeiras de seus camarotes – para reunir os convidados.

A partir das 20h30 acontece o anúncio dos vencedores desta edição e as homenagens ao ator José Wilker (1944-2014) e aos 50 anos da obra-prima de Glauber Rocha, "Deus e o Diabo na Terra do Sol". A princípio fechada para convidados, a cerimônia agora poderá ser conferida por qualquer interessado que for buscar o convite gratuito na bilheteria do teatro disponíveis a partir das 19h.
Por uma triste ironia, a lembrança a Wilker, que viria a falecer em 5 de abril – apenas 17 dias depois de a produção anunciar a homenagem – transforma-se nesta sexta numa celebração póstuma. O Cine-PE deve exibir trechos de filmes marcantes na história do ator, tendo algum membro da família do eterno Vadinho de "Dona Flor e seus Dois Maridos" para receber a honraria.

Sob outra atmosfera, o festival joga seu foco sobre "Deus e O Diabo…", o mais forte símbolo do "Cinema Novo". Em seu livro "Olhar Crítico: 50 Anos de Cinema Brasileiro", o crítico Ely Azeredo lembra que foi uma surpresa geral quando o Ministério das Relações Exteriores selecionou o filme da Glauber para nos representar em Cannes em 1964, quando o grande candidato da vez era "Vidas Secas", de Nelson Pereira dos Santos.

Ao contrário do realismo de "Vidas Secas", o cinema de Glauber estava mais interessado em projetar uma intenção épica sobre a saga do vaqueiro nordestino Manuel (Geraldo Del Rey). Havia ali a ideia política da mudança, do progresso e da transformação não só do cinema, mas também da própria realidade brasileira. Ainda assim, o barroquismo de "Deus e O Diabo…" não podia ser comparado ao lirismo social da igualmente importante obra de Nelson Pereira.
Quando em Cannes, no panfleto de divulgação do filme, Glauber dizia que pretendia "transportar para o cinema um autêntico romance de aventuras nordestinas, destes que se compram em feiras: uma história trágica com uma conclusão historicamente válida". Cinquenta anos depois, vemos que ele conseguiu mais do que pretendia.

CANNES – Em 1964, Cannes aceitou a indicação do Brasil de "Deus e O Diabo na Terra do Sol" como representante do País para competir no evento, mas a direção do festival francês acabou convidando também "Vidas Secas" para integrar a disputa pela Palma de Ouro, nos dando a oportunidade de termos dois filmes na sua competição oficial.

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