Diario de Pernambuco (Web)-Getúlio

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Júlio Cavani – Diario de Pernambuco

Getúlio assume o difícil desafio de transmitir os sentimentos sentidos pelo presidente Vargas nos momentos anteriores a sua morte. Mais do que ser didático e tentar explicar o que aconteceu, o filme do cineasta João Jardim (com direção de fotografia de Walter Carvalho) procura recriar o clima de insegurança política que tomou conta do Palácio do Catete em 1954. Se o espectador ficar perdido, portanto, o objetivo foi cumprido.

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"O mercado de notícias" e "Getúlio Vargas" são destaque no Cine PE Cine PE traz Getúlio como destaque da programação deste domingo Tony Ramos interpreta Getúlio Vargas em novo longa Tony Ramos vai interpretar Getúlio Vargas em filme de João Jardim
Na verdade, o filme oferece diferentes camadas de acordo com as referências de quem assiste. Os que ainda lembram bem dos acontecimentos ou tiraram boas notas nas aulas de História na escola alcançarão mais detalhes e nuances (até porque os personagens coadjuvantes não são tão aprofundados e é preciso ter informações prévias sobre alguns deles). Os menos familiarizados com o tema captarão, pelo menos, o clima de conspiração que cercou Getúlio Vargas, interpretado por Tony Ramos.

A construção do ambiente, em tons sombrios, é o melhor do filme, que parece ter sido inspirada em filmes de gângsters. O estado de descontrole vivido pelo personagem-título também é bastante sugerido por meio dos recursos cinematográficos. Apesar de manter a calma, Vargas parece delirar em alguns momentos, está decepcionado com a vida e cada vez mais perde a capacidade de concentração.

A escolha do ator, entretanto, atrapalha um pouco, pois Tony Ramos, com suas mãos e braços peludos, é uma figura conhecida demais para representar uma figura tão icônica para os brasileiros (erros semelhantes ocorreram recentemente com Tom Hanks como Disney em Walt nos bastidores de Mary Poppins e com Anthony Hopkins em Hitchcock).
 

 

Cidade Verde (Web)-Deborah Secco apresenta festival ao lado do namorado

A atriz Deborah Secco e o namorado Bruno Torres apresentaram na noite de sexta-feira (2) a cerimônia de encerramento do Cine PE Festival do Audiovisual, no Recife. O ator José Wilker, morto em abril, foi o homenageado da noite. Ele foi representado pela mulher, a jornalista Claudia Montenegro, e pela a filha Isabel Wilker, que não segurou a emoção e foi às lágrimas assistir o vídeo em homenagem ao pai. "Gostaríamos de agradecer de todo o coração por mais essa homenagem ao meu pai. Certeza que de onde ele estiver, estará olhando por nós e feliz", disse Isabel ao ler um texto de agradecimento.

 

Emocionada, Deborah Secco também falou sobre José Wilker no camarim do evento. "Não gosto de usar a palavra perdemos, pois não perdemos nada. Apenas não estamos preparados para uma morte. Ele que nasceu no Ceará, mas foi adotado por Pernambuco, não só por Pernambuco melhor dizer. Mas sim, por todo o Brasil. Ele nos deixou seu carinho e sua obra. Ele, que já foi meu pai, quanto aprendizado me deixou e estará pra sempre no meu coração", disse.

 

Ainda nos bastidores, Deborah foi paparicada pela sogra Malu e pelo namorado.O casal trocou carinhos em frente aos fotógrafos, mas preferiu não registrar o beijo. "Essa foto vocês nunca vão ter", brincou.

 

 

 

 

 

 

Repórter Diario SP-Crítico de cinema João Carlos Sampaio morre em Recife

Da Redação
O crítico de cinema e jornalista baiano João Carlos Sampaio morreu nesta sexta-feira (02/05), aos 44 anos. Sampaio, que era colaborador do jornal "A Tarde", de Salvador, estava no Recife acompanhando o Cine PE 2014 – Festival do Audiovisual.
A causa da morte ainda não foi confirmada. Segundo o diretor do festival pernambucano, Alfredo Bertini, Sampaio passou mal na madrugada desta sexta e foi levado ao Real Hospital Português, do Recife.
No trajeto, teve uma parada cardiorrespiratória e, ao chegar ao hospital, a equipe médica não conseguiu reanima-lo. O enterro será neste sábado (3), na cidade baiana de Aratuípe, onde Sampaio nasceu.
João Carlos Sampaio mudou-se para Salvador na década de 1980, onde fez sua carreira como crítico de cinema e jornalista. Sócio-fundador da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), Sampaio fazia curadoria para festivais e chegou a trabalhar como ator em alguns filmes.
Em nota, a Associação Baiana de Cinema lamentou a morte do crítico.
(Folhapress)

 

Blog Observatório Feminino-Encerramento

Aos 18 anos, Cine PE encerra mais uma edição e deixa a impressão de ter virado um ‘adolescente confuso’

por Talita Corrêa em 03-05-2014   

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A maioridade chegou para o Cine PE com seu devido peso. Sua 18ª edição teve a cara de um festival que, perdido com a própria idade e identidade, quis se renovar. E se os contratempos pubescentes não são fáceis para ninguém, imagine para um evento que se diz carente de apoio, patrocínio e paternidade.

Em 2014, o Cine PE abriu, pela primeira vez, suas mostras competitivas para produções estrangeiras. No primeiro dia de festival, uma mostra cansativa de curtas pernambucanos trouxe outro ponto do seu novo formato, que ainda incluiu a diluição da cerimônia de premiação em duas (uma na terça-feira, 29, e uma ontem, sexta-feira, 2).  Talvez ainda não seja possível afirmar quais mudanças foram exatamente responsáveis pelo afastamento do público, mas a verdade é que, neste ano, o Cine PE foi quase todo sinônimo de cadeiras gradativamente vazias.

A cerimônia de encerramento do festival, realizada na última noite, também amargou uma plateia ausente. Ao receber pela primeira vez o evento, o Teatro Isabel não lotou. Não foi só a chuva, aliás, que ajudou nesse malogro. O sumiço dos próprios premiados na hora em que eram chamados ao palco, tirou boa parte do brilho da festa, apresentada pela atriz Deborah Secco.

(Pedro Brício, Mini Kerti, Kiti Duarte, Leandro Assis)

O longa “Muitos homens num só”, de Mini Kerti, inspirado em personagens do cronista João do Rio,  levou a maior parte das premiações – ao todo, dez troféus Calunga, incluindo os de melhor filme, direção, ator (Vladimir Brichta) e atriz (Alice Braga).  O júri oficial ainda distribuiu menções honrosas para os também brasileiros “O menino no espelho”, de Guilherme Fiuza Zenha e para “O mundodeserto de almas negras”, de Ruy Veridiano.

Além da entrega dos prêmios, a noite teve duas homenagens póstumas: a José Wilker, morto mês passado e representado no palco por familiares, como a filha, Isabel Wilker, que, emocionadíssima, leu um texto do ator, e ao crítico de cinema baiano João Carlos Sampaio, que morreu na madrugada da sexta-feira, vítima de um enfarto fulminante, durante sua vinda a Recife para a cobertura do evento.

(Isabel Wilker e familiares de José Wilker)

“Perdemos uma grande referência. Aliás, perdemos não… Tenho certeza que o trabalho de José Wilker seguirá como inspiração para sempre. Um nordestino talentoso, adotado por Pernambuco e por todo Brasil. Querido, queridíssimo. É triste fazer para ele uma homenagem póstuma, mas ela merecia ser feita”, disse Déborah Secco.

O festival ainda mencionou os 50 anos do lançamento de “Deus e o diabo na terra do sol”, de Glauber Rocha, mas o tributo que não teve  a presença de nenhum representante da família do baiano.

Em conversa com Estevão Soares, colunista do OF, Rubens Ewald Filho, jornalista, apresentador, crítico de cinema e curador dos festivais de Gramado e Paulínea, resumiu exatamente essa impressão de estranha exiguidade que o festival deixou:

“A minha sensação era de um festival que tinha perdido sua identidade, que estava procurando uma nova, acho eu, da maneira errada. Ou seja, colocar um filme americano como Grande Hotel Budapeste, não acho que seja solução, a não ser que fosse um épico que tivesse um link regional. O que ficou claro é que o público, fiel aos filmes brasileiros, não quer ver os filmes de arte estrangeiros. Acho que falta a presença de mais atores famosos brasileiros e falta recuperar a identidade do festival como um grande porta-voz do cinema nacional. Esperava uma celebração do cinema nacional e em especial regional, mas não vi muito isso”.

 (Estevão Soares e Rubens Ewald Filho)

 

Premiados

Direção: Mini Kerti (“Muitos homens num só”)
Roteiro: Leandro Assis (“Muitos homens num só”)
Ator: Vladimir Brichta (“Muitos homens num só”)
Atriz: Alice Braga (“Muitos homens num só”)
Fotografia: Luis Abramo (“Romance policial”)
Montagem: Mirco Garrone (“Anni felici”)
Edição de Som: SÃĐrgio Mekler (“Muitos homens num só”)
Trilha sonora: Dado Villa Lobos (“Muitos homens num só”)
Direção de arte: Kiti Duarte (“Muitos homens num só”)
Ator coadjuvante: Victor Monteiro (“Romance policial”) e Pedro Brício (“Muitos homens num só”)
Atriz coadjuvante: Roxana Campos (“Romance policial”) e Pia Engleberth (“Anni felici”)
Prêmio da Crítica/Abracine: “E agora? Lembra-me”, de Joaquim Pinto
Júri popular: “Muitos homens num só”

 

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