Cine PE se encaminha para reta final em edição marcada por diversidade cultural e social

Cine PE se encaminha para reta final em edição marcada por diversidade cultural e social

Muito se fala, durante as coletivas de imprensa do Cine PE, sobre o cuidado da curadoria: de um total de 752 filmes inscritos, Edu Fernandes e Nayara Reynaud precisaram selecionar os 26 títulos que compuseram as Mostras Competitivas da 27ª edição do festival. A última noite de exibição do evento rendeu mais agradecimentos e congratulações aos profissionais. O público do festival também foi crescendo ao longo dos dias, culminando, nesta sexta-feira pós-feriado, com o cinema do Teatro do Parque praticamente lotado.

No início da noite, o Cine PE projetou os curtas “Virtual Genesis” (DF), de Arthur B. Senra, e “Solidariedade” (SP), de Fernanda Pessoa, ambos dentro da Mostra Competitiva de Curtas Metragens Nacionais. Em seguida, as últimas produções da Mostra Competitiva de Longas-Metragens Nacionais — o documentário “Chumbo” (MT), de Severino Neto, e a ficção “Entrelinhas” (PR), de Guto Pasko — fizeram sua estreia para o público pernambucano.

“Hoje, Pernambuco faz o melhor cinema do Brasil, na minha opinião, de uma forma muito autoral. Pra gente do Mato Grosso, essa é a nossa luta, a nossa busca. Então eu estou muito feliz de estar no Cine PE. Não vou dizer nem desejar que vocês gostem do filme, mas se ele gerar um debate, ele já cumpriu o seu papel e eu já ficaria satisfeito”, declarou Severino Neto, diretor de “Chumbo”.

Participante do Cine PE pelo segundo ano consecutivo, Guto Pasko agradeceu à produção e à curadoria do festival e falou um pouco sobre o seu “Entrelinhas” — uma ficção baseada em fatos reais que acompanha uma estudante de 18 anos que foi detida pela ditadura militar em Curitiba e torturada durante dez dias, na década de 1970. Além da equipe do filme, o cineasta trouxe ao palco as pessoas cujas experiências inspiraram a história. O filme foi ovacionado pelo público ao final da sessão.

Coletiva

Na manhã deste sábado (9), o Cine PE realiza sua última coletiva de imprensa com os realizadores dos filmes exibidos na noite de sexta (8). O encontro começa às 9h e a entrada é gratuita. 

Cerimônia de premiação

A cerimônia de premiação da 26ª e da 27ª edição do Cine PE acontece a partir das 19h no Cineteatro do Parque. Durante a solenidade, serão entregues as Calungas de Prata para os vencedores escolhidos pelo Júri Oficial do evento, pelos jurados da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) e pelo Júri Popular. Também será anunciado o vencedor do Prêmio Canal Brasil de Curtas: além do troféu Canal Brasil, um curta-metragem eleito pelo júri do canal receberá um prêmio de R$ 15 mil e um espaço na grade de programação.

Último seminário do Cine PE 2023 discute panorama dos direitos autorais no Brasil

Último seminário do Cine PE 2023 discute panorama dos direitos autorais no Brasil

Encerrando a programação de seminários do Cine PE, na tarde desta sexta (8), o idealizador do festival, Alfredo Bertini, deu as boas vindas a quatro grandes nomes da área do direito autoral. Mediando o debate, o produtor, diretor e advogado de direito autoral Henrique de Freitas Lima, atual presidente da sociedade arrecadadora dos diretores brasileiros, a Diretores Brasileiros de Cinema e do Audiovisual (DBCA), compareceu ao Salão Bezerros do hotel Beach Class Convention para falar sobre “A Importância dos Direitos Autorais para a Economia do Audiovisual”. Também estavam presentes, na condição de expositores, o escritor, professor e advogado Victor Drummond, diretor da Associação de Gestão Coletiva de Artistas Intérpretes do Audiovisual do Brasil (InterArtis), o advogado Marcelo Nastri, chefe de arrecadação de direitos audiovisuais da Sociedad General de Autores de la Argentina (Argentores), e o advogado e especialista em direito autoral Diego Medeiros.

Em sua fala inicial, Victor Drummond traçou um panorama conciso da evolução dos direitos autorais ao longo dos últimos 500 anos, desde a invenção da imprensa até a hegemonia das plataformas digitais, explicando o que seria o direito de remuneração dentro do contexto dos direitos autorais. Questionado se a regulamentação dos direitos autorais poderia aumentar o preço dos serviços de streaming para o consumidor, Victor explicou que “na minha experiência, em todos os países em que as entidades de gestão coletiva começam a cobrar os direitos de remuneração, não há nenhum aumento nos serviços. Isso é uma discussão empírica, a gente tem que pegar os números e entender se isso vai acontecer ou não, de acordo com o que acontece em outros países, por muitas razões. A gente não pode cair nessa conversa de que ‘as pessoas vão pagar mais’. A segunda coisa que eu acho importante é entender que esses argumentos seguem uma lógica econômica que faz sentido para os empresários, e eu respeito esses argumentos, mas a gente não pode transformar uma discussão econômica como se fosse uma discussão estrutural na filosofia do direito autoral. A questão é muito simples: usuários não querem pagar direitos, na maior parte das vezes — e as entidades de gestão coletiva querem e precisam cobrar.”

Participante de uma sociedade de criadores que existe há mais de 110 anos, fundada inicialmente por autores de teatro e paulatinamente incorporando outras mídias como televisão, rádio e cinema até as plataformas digitais, Marcelo Nastri pontuou algumas características dos direitos autorais na Argentina, onde a discussão está mais avançada do que no Brasil, inclusive com um acordo firmado recentemente com a plataforma de streaming Disney Plus. O advogado comentou sobre a noção preestabelecida de que o advento das plataformas digitais significa que mídias como as operadoras de TV a cabo tendem a desaparecer, sendo que na Argentina, por exemplo, menos de 40% das residências têm internet instalada. “É preciso analisar país por país, de acordo com o grau de penetração da internet, analisar a região para saber se isso pode chegar a ocorrer ou não. Os Estados Unidos são um país onde a internet está bem avançada, e as TVs a cabo continuam existindo”, lembrou.

O seminário “A Importância dos Direitos Autorais para a Economia do Audiovisual” pode ser assistido aqui.

Pernambucanos em destaque durante coletiva de imprensa do Cine PE

Pernambucanos em destaque durante coletiva de imprensa do Cine PE

O auditório Bezerros, no hotel Beach Class Convention, em Boa Viagem, sediou na manhã desta sexta-feira (8) a coletiva de imprensa com os realizadores dos filmes do Cine PE exibidos na noite da última quinta-feira (7). A sessão, que ficou marcada como uma das mais emotivas desta edição do festival, teve uma recepção calorosa durante a coletiva, da qual participam convidados, representantes de outros filmes, imprensa nacional e o público em geral.

No encontro, que é um dos momentos mais enriquecedores da programação do Cine PE, os realizadores revelaram várias dificuldades durante a produção dos seus filmes. Em um país culturalmente rico e com uma enorme diversidade, a produção de filmes enfrenta inúmeros desafios, e um dos mais prementes é a constante falta de recursos financeiros, obstáculo significativo para a indústria cinematográfica nacional. É comum que cineastas emergentes precisem lutar para conseguir o apoio necessário para dar vida às suas ideias.

As representantes de “Eu Nunca Contei a Ninguém”, animação pernambucana que concorre na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais, falou bastante sobre as dificuldades enfrentadas na produção do projeto, que classificaram como “íntimo”, uma vez que foi realizado por uma equipe pequena e produzido no quarto de uma casa.

“O filme foi fotografado e montado, e estávamos num momento difícil da pandemia. A voz original do curta é a do meu filho, o Apollo, na época com 5 anos. Ele ainda não sabia ler, então a gente ia dizendo as falas e ele repetia dando a entonação dele. A gente tentava gravar no tempo dele, mas também tínhamos pouquíssimo tempo de estúdio reservado pra isso, Íamos driblando os desafios e tentando nos adaptar”, comentou Kadydja Erlen, atriz principal do filme.

A animação em stop-motion foi muito elogiada, inclusive pelos críticos presentes. “Vocês estão de parabéns. A seleção da sessão de ontem foi uma das mais intrigantes e emocionantes dessa edição do festival”, declarou o jornalista Luiz Carlos Merten.

Outro pernambucano que esteve em foco durante a coletiva foi o cineasta Léo Tabosa, que trouxe para o festival a ficção “Alto do Céu”. “Eu estou muito feliz de retornar ao Cine PE, porque eu comecei minha carreira aqui. É muito bom poder retornar, dez anos depois, à Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos”, disse.

Por fim, fechando a manhã de debates, o cineasta e dançarino José Carlos Arandiba, mais conhecido como Zebrinha, falou sobre o seu documentário “Ijó Dudu, Memórias da Dança Negra na Bahia”. “Toda história tem outra história. A história da dança na Bahia nunca foi contada pelo povo preto. Somos 82% da população desse lugar, e esse é o primeiro documentário sobre a dança contada pelo nosso povo”, pontuou Zebrinha.

Reta final

Nesta sexta-feira, o Cine PE promove o último seminário desta edição. No hotel Beach Class Convention, em Boa Viagem, a partir das 14h, o produtor e advogado Henrique Freitas media o debate “A Importância dos Direitos Autorais para a Economia do Audiovisual”, que conta também com a presença do chefe da Arrecadação de Direitos Audiovisuais da Argentores (Sociedad General de Autores de la Argentina), Marcelo Nastri, além de Victor Drummond (RJ) e Thiago Dottori (SP).

Durante a noite, a partir das 19h, no Cineteatro do Parque, serão exibidos os últimos filmes da Mostra Competitivas de Curtas-Metragens Nacionais: “Virtual Genesis” (DF), de Arthur B. Senra, e “Solidariedade” (SP), de Fernanda Pessoa. Já a Mostra Competitiva de Longas-Metragens chega ao fim com “Chumbo” (MT), de Severino Neto, e “Entrelinhas” (PR), de Guto Pasko.

Diferentes culturas celebradas na quarta noite de exibição do Cine PE

Diferentes culturas celebradas na quarta noite de exibição do Cine PE

Apesar do feriado de 7 de setembro e da chuva, a quarta noite de exibição do 27º Cine PE ainda foi sucesso de público, sempre ávido pela produção audiovisual brasileira. No cinema do Teatro do Parque, o festival exibiu sete curtas e um longa-metragem, entre obras de ficção e documentários, que fazem parte das Mostras Competitivas deste ano. As produções da noite celebraram a cultura de diferentes povos — a exemplo de “Coração da Mata”, de Camila Martins, que acompanha o dia a dia de três mulheres que fazem parte do único maracatu rural 100% feminino, no município de Nazaré da Mata.

“Obrigada ao Cine PE pela oportunidade de exibir ‘Céu’. Nosso curta-metragem homenageia as louceiras e quilombolas de Santa Luzia, mas homenageia também a cultura centenária da produção de louças de Serra Talhada, que fica no Sertão da Paraíba. É uma honra estar representando meu estado aqui no festival. Viva a luta das mulheres, das louceiras, que subsistem do trabalho no interior paraibano, e que resistem, apesar de tudo”, comemorou Valtyennya Pires, diretora do documentário em curta-metragem paraibano “Céu”.

A noite culminou na exibição de “Ijó Dudu, Memórias da Dança Negra na Bahia”, primeiro documentário em longa-metragem dirigido por José Carlos Arandiba, mas conhecido como Zebrinha. O cineasta, dançarino e bailarino falou sobre a importância de um festival pernambucano ser vitrine para o país inteiro. “Eu fico muito feliz de o Nordeste poder produzir um festival desse porte. Eu sempre ouvi falar do Cine PE. Quando eu terminei o filme, Lázaro Ramos me disse ‘leva o documentário pra lá, você vai ver a emoção que vai ser’. E eu estou nessa expectativa, de um público que não só vai aplaudir, mas também vai entender o motivo desse filme ter sido construído”, comentou Zebrinha.

Reta final 

Nesta sexta-feira, o Cine PE promove o último seminário desta edição. No hotel Beach Class Convention, em Boa Viagem, a partir das 14h, o produtor e advogado Henrique Freitas media o debate “A Importância dos Direitos Autorais para a Economia do Audiovisual”, que conta também com a presença do chefe da Arrecadação de Direitos Audiovisuais da Argentores (Sociedad General de Autores de la Argentina), Marcelo Nastri, além de Victor Drummond (RJ) e Thiago Dottori (SP).

Durante a noite, no cinema do Teatro do Parque, a partir das 19h, serão exibidos os últimos filmes da Mostra Competitivas de Curtas-Metragens Nacionais: “Virtual Genesis” (DF), de Arthur B. Senra, e “Solidariedade” (SP), de Fernanda Pessoa. Já a Mostra Competitiva de Longas-Metragens chega ao fim com “Chumbo” (MT), de Severino Neto, e “Entrelinhas” (PR), de Guto Pasko.

No Cinema do Porto quase lotado, Cine PE promove Mostra Paralela de Curtas-Metragens Nacionais – Sessão Matinê

No Cinema do Porto quase lotado, Cine PE promove Mostra Paralela de Curtas-Metragens Nacionais – Sessão Matinê

Na tarde desta quinta-feira (7), o Cine PE promoveu pela primeira vez a Mostra Paralela de Curtas-Metragens Nacionais – Sessão Matinê. As projeções acontecem no Cinema do Porto, no Bairro do Recife. Foram exibidos “A última vez que saímos do armário” (MG), de Bruno Tadeu; “Apocalypses Repentinos” (CE), de Pedrokas; “Bizarros Áudios”, de Diego Akel; “Contraplano” (BA), de Débora Bukanowsky; “Geração Cinemateca” (PR), de Miriam Karam, “Papel de Parede” (PE), de Duda Cavalcanti; e “Quem me quer?” (PE), de Tiago Pinheiro.

O curador Edu Fernandes contou como surgiu a ideia dessa Mostra Paralela, costurada pela temática do amor pelo cinema. “A gente recebeu mais de 750 filmes, e tinha muitos filmes que eram declarações de amor ao cinema, inclusive filmes pernambucanos. Como nós visivelmente amamos o cinema, queríamos abrigar todos eles, mas não caberia na Mostra Competitiva. Com a experiência do ano passado, de ter feito algumas exibições aqui e de ter feito uma mostra temática dentro da Mostra Competitiva só com filmes musicais, a gente achou que conseguiria abrir mais uma folhinha dessa janela para o cinema que o Cine PE se propõe a ser. Com isso em mente, nós separamos sete filmes que falam do cinema, que é o nosso combustível. Eu fico muito feliz que essa nossa invencionice deu certo, ver essa sala aqui com a maior parte dos assentos tomados, num feriado, com abertura do carnaval de Olinda pra concorrer com a gente, é uma vitória enorme”, declarou Edu.

Uma das personagens entrevistadas no documentário “Quem me Quer?”, Janete Marques, ex-bilheteira do cinema São Luiz, subiu ao palco com a equipe do curta. “Eu fui convidada para falar qualquer coisa da época que eu trabalhei. Eu trabalhei no cinema São Luiz e no Moderno. Era um trabalho simples, eu era bilheteira, não tinha muito o que dizer. Eu trabalhei muito jovem, isso já faz uns sessenta e poucos anos”, contou. Em resposta, outra entrevistada, a realizadora audiovisual Cynthia Falcão, afirmou: “Eu me emociono muito de ter Janete, não só no filme, mas nesse palco. Janete é uma pessoa muito importante pra mim e pra minha vida, fui eu que dei a dica pra Tiago [Pinheiro, diretor do curta] de entrevistá-la. Não é à toa que a gente vê uma pessoa que trabalhou no cinema, que trabalhou no São Luiz, e pra quem vê essa fala humilde dela, vocês não têm noção da importância dessa mulher. Ela está aqui de forma tão humilde, ‘eu era apenas uma bilheteira’, e era! Mas não é ‘apenas’. A importância é grande, a importância da memória é grande, e tê-la aqui pra mim é uma honra, ter contribuído com esse filme e com a história do cinema pernambucano.”

“É o governo que mama nas tetas do cinema brasileiro, e não o contrário”, diz Lucy Barreto em coletiva do Cine PE

“É o governo que mama nas tetas do cinema brasileiro, e não o contrário”, diz Lucy Barreto em coletiva do Cine PE

Na manhã desta quinta-feira, feriado de 7 de setembro, o Salão Bezerros do Beach Class Convention, hotel-sede do Cine PE 2023, esteve praticamente lotado para a coletiva de imprensa com os realizadores dos filmes exibidos na noite da quarta (6). Participaram dessa rodada Luiza Pugliesi Villaça, diretora de “Cadim” (SP); Paola Veiga, diretora de “Instante” (DF); e Anderson Bardot, diretor de “Procuro teu auxílio para enterrar um homem” (ES), integrantes da Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais, além de Rafael Anaroli, diretor de “Quebra Panela” (PE), que participa da Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos.

Depois do debate com os representantes dos curtas foi a vez da equipe de “Agreste”, terceiro filme da Mostra Competitiva de Longas-Metragens. Estavam presentes os produtores executivos Gustavo Maximiliano e Viviane Rodrigues, o ator Roberto Rezende, a atriz Luci Pereira, o diretor Sergio Roizenblit, a atriz Badu Morais, o codiretor Ricardo Mordoch, o compositor Dante Ozzetti e o diretor de fotografia Humberto Bassanello.

Ao longo da manhã, foram abordadas as dificuldades encontradas por curta-metragistas para escoar seus filmes, seja por falta de experiência, seja por falta de canais de distribuição. “Como disse o [Luiz Carlos] Barreto, a gente faz uma obra de arte, quando a gente termina, ela vira um produto. Foi por isso que eu fiz um projeto chamado ‘Hoje eu não vou dar, hoje eu vou distribuir’, em que eu faço uma tutoria com realizadores capixabas sobre como eles podem potencializar [a distribuição]. Qual é a diferença do meu filme pros filmes de outras pessoas? É que eu distribuo meu filme. Tem muito filme incrível que não entra em festival. Mas não entra por quê? Porque não se inscreveu.”, pontuou o diretor e produtor Anderson Bardot.

As coletivas com os realizadores foram seguidas por uma conversa com Luiz Carlos e Lucy Barreto, destinatários da homenagem institucional do Cine PE à LC Barreto Produções Cinematográficas, que acaba de completar 60 anos. Novamente foram levantadas questões relacionadas ao mercado, ao financiamento, à distribuição e ao acesso da população aos filmes brasileiros.

“Na época do governo Geisel, tínhamos o ministro Reis Veloso, do Planejamento, que naquela ocasião criou a taxa Condecine, que era a Contribuição para o Desenvolvimento do Cinema Brasileiro. Não é um dinheiro público, é uma taxa que é paga pelos produtores, distribuidores, exibidores, telefônicas, televisão, enfim, é a área que paga. Esse dinheiro que alimenta a indústria cinematográfica vem da própria indústria. E esse dinheiro não pode ser contingenciado, e muitas vezes ele foi contingenciado no governo passado, o que é uma irregularidade. Então, ficou patente que é o governo que mama nas tetas do cinema brasileiro, e não o contrário”, declarou Lucy Barreto. Luiz Carlos complementou: “É preciso explicar que essa lei Paulo Gustavo está sendo feita com o dinheiro do cinema, não é dinheiro do orçamento da nação. É tirado do fundo setorial, da Condecine, que está acumulada. A sabedoria do Congresso foi votar essa lei para desbloquear os quase 3 bilhões que estavam nas prateleiras do fundo setorial, inativos”.

Mostra Paralela – Sessão Matinê

Na tarde de hoje (7), a partir das 14h, o Cine PE promove pela primeira vez a Mostra Paralela de Curtas-Metragens Nacionais – Sessão Matinê. As projeções acontecem no Cinema do Porto, no Bairro do Recife. Serão exibidos “A última vez que saímos do armário” (MG), de Bruno Tadeu; “Apocalypses Repentinos” (CE), de Pedrokas; “Bizarros Áudios”, de Diego Akel; “Contraplano” (BA), de Débora Bukanowsky; “Geração Cinemateca” (PR), de Miriam Karam, “Papel de Parede” (PE), de Duda Cavalcanti; e “Quem me quer?”, de Tiago Pinheiro.

Quarta noite de exibição

A partir das 19h, no cinema do Teatro do Parque, “Coração da Mata” (PE), de Camila Martins; “Alto do Céu” (PE), de Leo Tabosa; e “Filhos Ausentes” (PE), de Jansen Barros e Virgínia Guimarães, serão exibidos dentro da Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos. Na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais serão exibidos “Céu” (PB), de Valtyennya Pires; “Única Saída” (RJ), de Sérgio Malheiros; “Eu nunca contei a ninguém” (PE), de Douglas Duan; e “Fossilização” (RJ), de João Folharini. Por fim, o documentário “Ijó Dudu, Memórias da Dança Negra na Bahia” (BA), de José Carlos Arandiba, o Zebrinha, conhecido como jurado técnico da Dança dos Famosos da Rede Globo, estreia na Mostra Competitiva de Longas-Metragens.

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